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OuremReal

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11.04.17

Casa de pais...escola dos filhos!


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Casa de pais...escola dos filhos! É um ditado muito velho!

É certo que nem sempre assim é! Mas quase sempre! E também sempre assim foi e, tudo leva a crer, assim continuará a ser! Como resolver o problema? Pois...cada um terá a sua "receita" e não custa nada opinar! O difícil é resolver! E há uma grande tendência para ter a solução para o problema do vizinho e não ser capaz de resolver o próprio!

Vem isto a propósito do tema do passado fim-de-semana, badalado pela imprensa cá de dentro e lá de fora, mais as redes sociais, relativo ao comportamento dos nossos alunos do Secundário que foram fazer “porcaria” para Espanha, ou viagem de finalistas, como se queira.

Pelas palavras dos responsáveis do hotel espanhol fica-se com a ideia que os mil alunos de que se fala se transformaram num bando de malfeitores que arrasaram tudo, ou quase, ao ponto de exigirem uma quantia de 50 mil euros para reparar os estragos. É preciso aferir a credibilidade das afirmações deste hotel!

Pelas palavras de alguns alunos não se passou quase nada, além de uma parede riscada, uns candeeiros arrancados, um televisor na banheira, um extintor abalroado, e pouco mais. Fica-se sem saber se o extintor teria sido usado para neutralizar as baratas que por lá haveria(?)…ou, eventualmente, para manifestar perante o diretor do hotel todo o desagrado pela falta de qualidade do serviço prestado e pela sua arrogância para com os hóspedes lusitanos.

Uma sr.ª espanhola, vizinha do hotel, queixava-se do barulho, que era tanto que não conseguiu dormir ao ponto de ter posto a hipótese de ter de ir passar a noite para outro lado. E outra que chamou a polícia porque pensava que os jovens estavam a lutar entre si.

Já um outro sr. também entrevistado, achava aquilo tudo normal e interessante para dar vida e mais animação aquele local.

Ouvindo a mãe de um dos alunos ficou-se a saber que, afinal, a rapaziada apenas se estava a divertir, foi para isso que fizeram esta viagem, é normal que bebam demais, os adultos também fazem o mesmo, quando se juntam, e se fosse para não fazerem barulho tinham alugado um hotel em Fátima que, presume-se, é um sítio onde não se faz barulho. Portanto, depreende-se, não se passou nada de especial…! Quanto a não se fazer barulho em Fátima…será uma novidade, mas se a sr.ª o diz…pode ser que assim seja! A menos que estivesse a referir-se a algum retiro espiritual onde seria descabido bebedeiras, algazarras, vandalismo e outras diversões associadas!

Posto isto e em jeito de conclusão:

Alguns destes alunos não souberam comportar-se! É uma vergonha!

Os pais destes alunos são os principais culpados, porque não souberam dar-lhes a educação necessária para viver em sociedade, onde o respeito pelo outro é o limite da liberdade de cada um! Parece que ainda não perceberam que a melhor forma de ajudar os filhos na sua educação não é a permissividade a qualquer preço, desculpabilizando os seus comportamentos por mais impróprios que sejam, em vez de os responsabilizarem e de lhes incutirem regras para uma correta inserção na sociedade. Provavelmente, em muitos casos, esta falta de respeito pelos outros vem no seguimento do que vai acontecendo lá por casa: o respeito, as regras, as obrigações, os direitos e os deveres não estarão organizados da maneira mais adequada! E, depois, isto vai refletir-se no comportamento escolar, evidentemente! E as escolas, o sistema de ensino em que estes alunos estão inseridos, não estão apetrechadas dos instrumentos necessários para conseguirem corrigir aquele desvio; nem ao nível material, nem pessoal, nem legislativo. A escolaridade obrigatória até aos 18 anos elevou o grau de exigência para patamares que estão muito acima da capacidade de resposta atual. A escola deve ser o seguimento e o aprofundamento da harmonia familiar, quando ela existe, transformando o seu caráter de obrigação em atracão e satisfação, mas também deve assumir uma função corretiva nos casos em que aquela harmonia não existe, numa tentativa constante de inverter a situação, porque, se assim não for, não faz sentido que a obrigatoriedade de frequência exista. Mas, para que isto possa acontecer, casos haverá em que algo terá que ser imposto! E, aqui, aumentam as dificuldades. Porque, sem a participação colaborante dos pais / encarregados de educação tudo fica mais complicado e não haverá estratégia que vingue. E a primeira interrogação que se coloca é: estarão os pais conscientes dessa necessidade e disponíveis para colaborar?

Uma coisa parce certa: o sistema educativo e as famílias têm muito que repensar e mudar se quiserem que o futuro seja melhor que o presente!

 

O.C.