14.10.11
"Conversa em família"
ouremreal
Depois de ouvir a conversa do primeiro-ministro a anunciar aos portugueses as linhas do orçamento de estado para 2012 não posso deixar de tirar algumas conclusões:
Primeira – Passos Coelho não tem palavra. Ouvi-lo, enquanto fazia oposição ao anterior governo, e ouvi-lo agora, leva a crer que andou a aldrabar tudo e todos, tentando (e conseguindo) convencer muitos portugueses de que tinha soluções para todos os problemas, quando a realidade mostra que, afinal, as suas soluções não passam de mais problemas em cima dos que já tínhamos.
Segunda – Passos Coelho parece-se com aqueles cobardolas, do tempo da escola, que só batiam nos mais fraquitos. Nunca nos fortes, porque tinham medo que lhes fossem ao pelo. Passos Coelho dá forte e feio na dita classe média; carrega na função pública como se esta fosse a fonte de todos os males e, por conseguinte, ter de ser o principal pagador da crise; destrói o mais que pode o que ainda sobrava do moribundo estado social; vai vender ao desbarato tudo o que do setor público puder interessar ao privado; as leis laborais vão-se transformando em leis de faz de conta; educação, saúde e segurança social já eram! E por aí adiante!
Terceira – Percebe-se muito bem por que motivo Passos Coelho dizia que estava pronto para governar com o FMI, ou lá com quem fosse! Se não fosse o memorando da troika onde é que ele ia buscar” inspiração e coragem” para estas patrióticas medidas?!
Quarta – Passos Coelho tem razão quando diz que “ é preciso mobilizar o país”. Eu também acho! Só não sei se estamos a dar o mesmo significado à palavra mobilizar…
E, por último, tanto quanto me parece, Passos Coelho e o seu governo estão a transformar-se numa séria ameaça à paz deste país.
O.C.