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OuremReal

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18.04.11

3 notas


ouremreal

OTELO – disse, numa entrevista recente, que “se soubesse que chegávamos à situação em que nos encontramos, não teria feito o 25 de Abril”. Bem, não sei como interpretar este desabafo, mas acho que não será mais do que isso, um desabafo.

Primeiro, não sei se o projeto de Otelo nos teria conduzido a uma situação melhor do que aquela em que estamos. Mas, mesmo que admitamos que pior é difícil, ficaremos sempre sem saber o preço da sua democracia popular e que país seríamos hoje, como estaríamos, não só internamente, mas também no contexto europeu e mundial.

Em segundo lugar, duvido que o 25 de Abril de 1974 não tivesse acontecido mesmo sem a colaboração de Otelo Saraiva de Carvalho. Parece-me exagerada a afirmação que fez, ao considerar-se o “sujeito” de toda a ação (se foi isso que quis dizer), porque, de facto, os intervenientes foram muitos. Uns mais ativos e determinantes, é certo; uns mais oportunistas que outros, a saber tirar proveito da ação alheia; uns mais lúcidos, outros mais utópicos. Mas o 25 de Abril foi obra de muita gente. Generosa! A meu ver!

BE / PCP/ PEV – dizem as notícias que terão sido convocados para uma reunião com os representantes do FMI, EU e BCE para discutir a intervenção daquelas organizações na ajuda a Portugal, à semelhança do que aconteceu com outros partidos políticos, mas que recusaram comparecer a essa reunião.

Normal! Digo eu!Não seria de  esperar outra coisa da parte de quem não tem nada a negociar, não se quer comprometer com nada que não se enquadre no seu programa, no seu ideário. A bem de uma certa coerência, (ou utopia?) que só quem não tem que decidir (às vezes o que não queria) é que pode ir mantendo.

Afinal, a afirmação que agora é feita, de que é ao governo que compete negociar, não teve a mesma leitura, quando o governo foi a Bruxelas negociar o chamado pec 4 e que foi pretexto para tudo o que se viu e ouviu na Assembleia da República e arredores.

E sempre fica uma grande margem de manobra para criticar quem tiver que governar!

Acho que estes partidos desperdiçaram uma excelente oportunidade para dizer aos sr.s da troika o que pensam deles e da sua ação e, simultaneamente, apresentarem alternativas que melhor sirvam Portugal.

FERNANDO NOBRE – na entrevista à rtp 1 disse que disse, mas não queria dizer. Ou seja: aceitou a proposta do PSD para ser cabeça de lista por Lisboa, nas próximas legislativas, com a promessa de ser presidente da Assembleia da República, caso aquele partido saia vencedor. Se não vencer, não quer ser deputado.

Isto era assim. Só que o ruído que se levantou foi tanto que “a bem da nação” a rtp1 entendeu entrevistá-lo para este sr pudesse dizer ao país que, afinal, não era bem assim; se não conseguir ser presidente da AR, depois se verá.

Ficámos a saber que Fernando Nobre se diz um homem de esquerda, em termos humanísticos. Nos outros termos todos ficámos sem saber se é de esquerda, de direita, do meio, ou doutro lado qualquer, mas isso também não é importante.

Como também não tem importância nenhuma o facto de ter encabeçado a lista de um partido político, que pode vir a vencer as eleições, sem conhecer o programa eleitoral desse partido. Comentários para quê?

 

O.C.