22.02.11
Auditoria
ouremreal
Nas visitas ao “Miradouro” começa a ser frequente deparar-me com a “série” – auditoria - que, se não me engano, já vai no episódio VII.
Trata-se, de facto, de um assunto que me interessa e ao qual já me referi, neste espaço, em 23.12.2010.
E interessa-me porque:
1 – Acabo por não saber qual das versões sobre o endividamento municipal é verdadeira. Se a do Presidente da Câmara, se a dos vereadores do PSD.
2 – Começo, também, a questionar-me se o Chefe da Divisão Financeira do Município está em condições de sustentar o parecer que emitiu, em 10.12.2010, acerca do relatório sobre a tal auditoria feita pela empresa Delloite. Isto, acreditando que as palavras que lhe são atribuídas, são, de facto, suas.
3 – Depois, porque me parece que os milhares de euros pagos àquela empresa não podem ter sido dinheiro deitado fora.
4 – Interessa-me, ainda, porque acho inconcebível que a qualquer munícipe, seja ele quem for, quaisquer que sejam as intenções que o movam, que a Câmara Municipal se recuse a dar o devido seguimento ao que lhe é requerido. Isto, claro está, acreditando que é o que está a acontecer. De facto, a diferença entre os 55 milhões de dívida apontados pelo Presidente da Câmara e os 39 milhões dos vereadores do PSD não é bem uma questão de trocos, com que não valha a pena perder tempo; 16 milhões, em tempo de penúria, são muita coisa.
E, acima de tudo, é preciso que se saiba a verdade!
E se o Chefe da Divisão de Gestão Financeira do Município tem capacidade suficiente para ser “contundente” e afirmar que “ ...o relatório está enfermo de um contínuo de erros técnicos materialmente relevantes, carecendo, inclusivé, de rigor… “ e por aí adiante, (se isto corresponde à verdade), então o caso passa a ser, ainda, mais sério.
Porque:
– Com um Chefe de Divisão assim, para quê gastar tantos milhares de euros com a empresa de auditoria?
- Ou será que esse mesmo Chefe de Divisão tem (ou não tem?) algo a ver com as mesmas contas que foram auditadas?
- E como desconheço, em absoluto, a sequência e/ou consequências do tal despacho contundente, pergunto se o Chefe de Divisão foi (ou não foi?) questionado no sentido de concretizar o que escreveu no dito despacho.
Como se impunha, naturalmente!
Se foi, é importante que se conheçam os fundamentos do parecer que emitiu.
Se não foi, alguma coisa vai mal na gestão municipal.
E, por último, a questão que se impõe:
Ao abrigo de que norma legal é negado a um munícipe um documento por ele requerido e que, tanto quanto parece, nada tem de confidencial?
O.C.