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OuremReal

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09.01.11

Incoerências...


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Nunca percebi muito bem o motivo por que nunca foi criado, em Fátima, ensino oficial para além do 1.º ciclo, antigo ensino primário.

(Para além da antiga Telescola!)

Mas sempre tive a convicção de que, se isso não aconteceu, foi apenas porque interessou a alguém que assim fosse.

E terá interessado, em primeiro lugar, aos “donos” dos colégios privados que ali se instalaram, com as organizações religiosas a imporem e a conseguirem levar por diante a sua estratégia de, na medida do possível, participarem na vida e controlo da atividade destes estabelecimentos de ensino.

Depois, ao Estado que não teve de investir nas infra-estruturas, não teve de suportar encargos com pessoal docente, nem administrativo, nem auxiliar, embora tivesse de suportar outros encargos, nomeadamente financeiros.

Aos professores que não tiveram que se sujeitar ao penoso percurso de concorrer, ano após ano, a vagas aqui, ali, acolá, para onde a sua posição na lista graduada e os imprevistos de um concurso, muitas vezes “bárbaro” os atirava.

É muito cómodo, e um privilégio que só alguns conseguem, ser convidado/aceite para ser professor num colégio particular!

A todo o pessoal não docente que, desta forma, viu satisfeitas as suas necessidades de emprego.

Aos alunos e às suas famílias que tiraram proveito da situação que lhes foi proporcionada. Naturalmente!

Mas, para que tudo isto possa acontecer, para que estas organizações funcionem, os acordos com o Ministério da Educação estabelecerão o número de turmas de cada uma e os montantes financeiros a transferir.

E, como facilmente se perceberá, esses números (turmas, alunos, dinheiro) vão determinar outros números (docentes, funcionários), os que o orçamento suportar.

Só que as dificuldades orçamentais, as empresas de raiting, os PEC’s, o BPN, o FMI e outros fantasmas que por aí andam, puseram-nos, de repente, a ver o que já devíamos ter visto há muito tempo.

E aqui começa a complicação!

Porque não é fácil, de um dia para o outro, alterar estratégias, quadros de pessoal, ou seja, reduzir despesas, despedir pessoas.

Compreende-se!

Até se compreende que Fátima tenha recebido, no fim de semana, o candidato presidencial Cavaco Silva com velas acesas.

De facto é preciso que se faça luz nalgumas mentes!

O que não se compreende é que o Presidente da República, Cavaco Silva, promulgue uma lei que é a causadora das restrições que vão afetar o funcionamento dos colégios de Fátima e, simultaneamente,

O candidato a Presidente da República, Cavaco Silva, em plena campanha eleitoral, venha a Fátima acolher a manifestação dos protestos contra aquela lei e dizer que não concorda com ela.

Onde está a coerência?

Se não concorda, por que não veta?

Ou, por que não explica, honestamente, por que promulga, discordando?

E, afinal, discorda de quê?

Ou será que é tudo uma questão de cooperação estratégica?

 

O.C.

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