18.03.20
Emergência
ouremreal
Vem aí o decreto! Vem aí a emergência! Porque, infelizmente, o civismo e outros deveres têm que ser impostos! É preciso restringir direitos, liberdades e garantias, porque há quem não saiba viver com isso! Uns acham que já devia ter sido! Outros acham que tem que ser! Outros, enfim, que remédio! Mas todos, mesmo todos, sabem muito bem o que vai acontecer ! Às pessoas, às famílias, às empresas, aos empregos, a tudo! Aqueles que nunca experimentaram uma ditadura vão poder apreciar o que é ter de viver sem alguns (poucos) dos tais direitos, liberdades e garantias. Vão ter um cheirinho, embora muito, muito leve do que é estar vigiado e controlado nos movimentos e saborear como é amargo ser abordado por alguém que tem o poder de lhe perguntar o que anda a fazer, de onde vem, para onde vai e dar-lhe ordem de ir para casa ou, na pior das hipóteses, sancioná-lo. Os que sempre acharam que os tais direitos, liberdades e garantias são exagerados e que a Constituição da República que os sustenta deve ser modificada, não estarão muito incomodados, a menos que sejam incoerentes ao ponto de quererem para os outros, coisa diferente do que querem para si próprios! Os que se fartaram e não têm a mínima saudade das outras liberdades, dos outros direitos e das outras garantias, da outra Constituição, da outra República, do outro regime...vão ter que ter paciência e não perder a esperança de que este sobressalto passe depressa. Os que não sabem, não têm sabido usar e aproveitar o bem que têm tido (e têm), podem parar um pouco e pensar como seriam as suas vidas se, por norma e por cada dia, todos os dias fossem não, exatamente, como os próximos 15, mas como seriam se estas e muitas outras liberdades fossem uma miragem. Contudo, pelo caminho que as coisas tomaram, parece que o sr. Presidente da República não teria grande alternativa. Qualquer decisão seria motivo de crítica, ou porque sim, ou porque não! Resta a esperança de que a quase unanimidade que, agora, parece existir, se repita, quando tudo isto passar e for preciso reconstruir o que o vendaval destruiu.
O.C.