Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

OuremReal

OuremReal

24.03.13

E o Chipre aqui tão perto!


ouremreal

Não terei a capacidade técnica nem a formação/informação política suficientes para fundamentar o sério receio, quase certeza, de que a crise que vivemos não será resolvida (?) sem que tudo o que já é muito mau, se vá agravando e passe a pior! Mas, a avaliar até onde a nossa "vista" alcança, o problema de Chipre veio reforçar, ainda mais do que já tinha acontecido com a Grécia, todas as desconfianças e fazer-nos tomar consciência de que o impossível não existe e o impensável já aí está.

Nunca tive dúvidas do que Passos Coelho e o PSD, Paulo Portas e o CDS, Francisco Louçã e o BE, Jerónimo de Sousa e o PCP pretendiam quando uniram esforços e forçaram o governo de Sócrates a demitir-se e a pedir a intervenção da troyca; sempre entendi os objetivos de Passos Coelho, quando dizia que estava pronto para governar com o FMI. O tempo, estes quase dois anos já mostraram, com clareza, o que todos queriam, o que querem, o que sabem e não sabem fazer.

O governo PSD/CDS faz o que a troyca manda; infelizmente fá-lo demasiado mal, ao ponto de errar todas as previsões, falhar todos os objetivos, afundar o país em cada dia que passa, e fazer a vida negra à maioria dos portugueses; consegue ser pior que a troyca!

O BE e o PCP continuam a fazer e a dizer, mais ou menos, o que diziam antes, "é preciso derrubar este governo", ou outro qualquer que esteja em funções, (porque tem que ser patriótico e de esquerda, e por muito que isso possa ser agradável ao ouvido, fica-se sempre com a dúvida de saber como e com quem é que isso se faz), num comportamento que evidencia  uma grande preocupação com a sobrevivência interna, mas parece desconhecer que o país e o povo português vão muito para lá dos seus horizontes ideológicos.

O PS, o derrotado das últimas eleições, já sabe, há muito tempo, com quem pode e não pode contar. Sabe, ou devia saber, qual o preço de decisões políticas erradas. Sabe, ou devia saber, quais as consequências de esquecer que um partido que se diz e que, certamente, quer ser socialista, não pode ser outra coisa; e se não tem condições para ser o que diz e quer ser, não deve assumir responsabilidades de governação, por muito que o queiram empurrar, por muito que as bandeiras do patriotismo se agitem.

Que estes governantes não prestam, é mais do que evidente! Que este tipo de governação, em vez de nos tirar do buraco, nos afundará cada vez mais, parece não deixar dúvidas a ninguém!

Mas, então, qual a solução? Eu (também) não sei! 

Mas, parece, que com cada um a puxar para seu lado, cada um a cuidar da sua capelinha, não iremos a lado nenhum! Que com este nível de imposições da troyca, os portugueses não resistem, mesmo que os ulrichs todos digam que aguenta, aguenta! Que se não houver respeito pelas pessoas, e que se não forem repostos os níveis de dignidade, as coisas podem mesmo acabar mal! E que é tempo de (também) chamar à responsabilidade os que andaram, anos a fio, e continuam, "a viver à custa de", os que querem mercado aberto e livre, mas que, quando as coisas correm mal, se encostam à bengala de sempre - o Estado. O mesmo Estado que deve ser reduzido ao mínimo, porque "não tem vocação" para fazer o que "outros sabem fazer melhor".

Não podem ser os reformados e pensionistas a ser esbulhados do que têm direito, os trabalhadores, públicos e privados, a verem piorar drasticamente as condições de trabalho, muitos a ficarem sem trabalho e sem salários e parte deles sem subsídio de desemprego, enquanto outros continuam a assobiar para o lado, a fazer o que lhes apetece e convém, a mandar palpites, a ditar soluções que não solucionam nada.

É preciso alguém, vários "alguéns", com competência, sensibilidade, humanismo e seriedade para ajudar a resolver este problema onde estamos metidos.

Antes que o multibanco (também) feche!

E começa a ficar tarde!

 

O.C.

11.03.13

Da indignação à revolução


ouremreal

Parece estar na moda a contestação aos políticos, em geral, e aos partidos políticos, em particular. Evidenciam-se os movimentos disto e daquilo, mais ou menos indignados, descontentes, reformados, aposentados, desempregados.

Todos com as suas razões! E muitas!

De facto, olhando para trás, até onde a nossa memória nos permite chegar, o que podemos ler nesse registo? Muitos políticos, muitas promessas, muitas ilusões, muitas mentiras, muitas decisões, muitas desilusões, muito oportunismo, muita hipocrisia, muita arrogância, muita incompetência e muitas outras coisas! Nem todas más! Longe disso!

Na última grande manifestação, através duma reportagem televisiva, assisti a um episódio que me deixou preocupado e a pensar: uma repórter que acompanhava a dita manifestação entrevistou uma manifestante que, pelos vistos, é, ou foi, não tenho a certeza, deputada de um partido político. Logo um grupo dos organizadores da manifestação lhe caiu em cima, de megafone em riste, como se alguém estivesse a invadir propriedade privada, ou a cometer um crime qualquer, numa atitude de intolerância, a rondar a agressividade, que mais parecia uma exibição de quem se acha na posse da verdade absoluta, nada compatível com qualquer clima democrático.

Afinal, quem são estes organizadores, o que ou quem os motiva? Não sei!

O que querem, concretamente? Também não sei!

Qual é o passo seguinte na sua estratégia? Ou será que isto, a simples manifestação, lhes basta? Desconheço por completo!

Também ouvi um outro entrevistado dizer que estas ações devem obedecer a uma sequência de intensidade graduada que passará pela indignação, manifestação, revolta, organização e, finalmente, pela revolução.

Achei curioso este pensamento e não faço ideia nenhuma se é ou não partilhado pelos responsáveis pela manifestação!

Admitindo que sim, já que não estou a ver ninguém a organizar manifestações desta dimensão só para fazer barulho, nem para dar razão ao primeiro-ministro que diz que as manifestações não resolvem nada, sou forçado a fazer a ligação dos dois episódios que referi e a minha preocupação aumenta.

Primeiro, porque não comungo dessa ideia de que os partidos políticos são a causa de todos os males e têm que ser banidos. Embora tenham muitos defeitos!

Segundo, porque daquelas 5 fases que o entrevistado propunha para toda a ação, a terceira, a organização, é muito importante! Talvez a mais importante de todas. É a fase onde cabe o projeto para o futuro, o programa, a ideologia, o caderno de encargos, digamos assim, o que fazer, quando e como; e quem o vai fazer!

Terceiro, porque me recuso, por questão de princípios, a “passar cheques em branco” e não apoiarei, em nenhuma circunstância, gente que não conheço, tão pouco sei das intenções, mesmo que possa achar oportuna a parte visível da sua ação.

Partindo do princípio que toda a suposta ação vai / iria (?) acontecer com respeito pelos valores democráticos, porque não pressuponho que se queira caminhar para uma situação de anarquia, há um sentimento que não tem cabimento, a intolerância; aí os princípios do movimento organizador não são muito animadores; por outro lado, a transparência parece-me indissociável de qualquer ação/intervenção política, social, ou o que lhe queiram chamar; nesse aspeto o vazio é completo! E este é o perigo maior! Porque alguém preencherá, rapidamente, e com oportunidade, qualquer vazio que exista!

As pessoas que manifestam a sua revolta com todas as razões que lhe assistem, merecem uma organização transparente e consequente! Para que o primeiro-ministro não tenha razão!

 

O.C.

03.03.13

Oceano Pacífico


ouremreal

Não sei quem é o sr. João Chaves!

Não o conheço, nunca o vi, apenas o ouvi!

Só sei que era o locutor de rádio, responsável e apresentador do programa “Oceano Pacífico”, à noite, na RFM!

Leio, agora, que tomou a decisão de deixar a rádio, e o dito programa, depois de quase 30 anos a apresentá-lo.

É mais do que provável que nunca leia estas palavras que estou escrevendo; mesmo assim, fica dito:

“ Fiz os meus últimos estudos em pós-laboral e com algum sacrifício. Depois de um  dia de trabalho e mais quatro horas de aulas, fazia o regresso a casa a ouvir o seu programa no rádio do carro.

E não faz ideia de reconfortante que era ouvi-lo! O bem que me fazia! A paz que me transmitia!”

Só por isto, o meu muito obrigado!

Que se sinta, na sua reforma, tão bem como eu me sentia a ouvir o seu programa!

Bem haja!

 

O.C.