23.11.12
Manifestação não comunicada
ouremreal
“organização de manifestação não comunicada” é no que pode dar uma conferência de imprensa dada nas imediações da Assembleia da República por uma ativista do movimento “que se lixe a troyca”, a anunciar a manifestação que iria ter lugar três dias depois. E, claro está, fica a contas com a justiça, é constituída arguida, e por aí adiante; aquelas coisas todas que podem acontecer num estado de direito (!?) …
Não sei quantas pessoas estariam na tal conferência de imprensa, mas se se começa a abusar da “elasticidade” de algumas leis, corremos o risco de alguém considerar que três pessoas juntas, num espaço público, a conversar, sejam consideradas uma manifestação. E, num abrir e fechar de olhos, passamos do oito ao oitenta, o que, aliás, é muito característico da nossa cultura…
E, com mais uns passinhos na busca da “perfeição”, e sempre a coberto da legalidade democrática (!?), ainda voltamos ao ridículo dos anos 60 do século passado, quando, em jeito de caricatura, e no contexto reinante do não reconhecimento do direito de reunião e de repressão a quem ousasse contrariar o estabelecido, se costumava por na boca da autoridade policial a expressão: “não quero aqui grupos agrupados, nem mais de três a andar parados”.
É ridículo! Mas também é preocupante!
O.C.