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OuremReal

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18.05.12

Veolia - águas de Ourém


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Saber ler e escrever razoavelmente não são aptidões bastantes para interpretar e compreender a fatura da conta da água. É preciso algo mais! Principalmente conhecimentos de engenharia político-financeira de que o sistema em que vivemos se serve para tecer a teia que nos vai enredando as vidas.

Suponhamos que, em determinado período de tempo, um consumidor gastou 2 metros cúbicos de água. Como isso coincidiu com duas leituras do contador foi o que a empresa das águas de Ourém incluiu na fatura. Ora, 2 m3 de água, ao preço de 43 cêntimos e qualquer coisa cada um, dará, arredondando, 88 cêntimos. Não é caro! Diga-se! Ou melhor, não seria, se a tal engenharia não entrasse na dança!

Lendo o rosto da fatura, verifica-se que:

 

- Consumo (água) - 88 cêntimos

- Tar Disponibilidade - 3,39 euros

- RSU - 2,28 euros

- Saneamento TTAR - 1,23 euros

- Saneamento TCRSS - 2,49 euros

- TRH - 2 cêntimos

- IVA - 25 cêntimos

 

O que significa que um consumo de água de 88 cêntimos gerou uma despesa de mais de 10 euros para o consumidor/pagador.

Claro que se a nossa curiosidade o pedir e a nossa paciência o permitir, podemos sempre decifrar aquelas siglas todas e saber quem leva o dinheiro. Podemos não saber o que vai fazer com ele, mas sabemos para onde vai. É só virar a folha e, no verso, está tudo, mais ou menos (?) decifrado.

Se bem que "tarifa de disponibilidade" deva ser qualquer coisa importante a avaliar pelo preço! Mas não sei o que é! Admito que se trate de um aditivo que é posto na água para fortalecer a paciência de quem a paga!

Também não faço ideia do que é aquela do TRH, mas também por 2 cêntimos não vale a pena regatear!

A fechar, como não podia deixar de ser, o IVA. Este está em todas! Nunca falha!

Em resumo:

 

0,88 + 3,39 = 4,27 €, são para a Veolia - águas de Ourém

2,28 + 1,23 + 2,49 = 6 €, vão para o Município

0,02 €, vão para o Estado

0,25 €, não sei ao certo, mas certamente que irão para o Estado e/ou Município.

 

Para concluir:

Esta engenhosa maneira de pôr a água a financiar tanta coisa só é comparável ao milagre da multiplicação dos pães:

De facto 2 m3 de água matam a sede a muita gente!

E transformar 88 cêntimos em 10 € não está ao alcance de qualquer simples mortal!

 

O.C.

 

 

17.05.12

EDP-serviço universal


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O vizinho Faustino tinha acabado de consultar a fatura que a EDP lhe enviou, relativa ao consumo de eletricidade, de abril de 2011 a abril de 2012, um ano portanto. Saiu porta fora, aos berros, alto e bom som, para quem o queria ouvir, e quem não queria também ouvia; são uns filhos da ..., são todos uma cambada de..., são uns ... estes e aqueles, enfim um rosário de impropérios que dava para perceber que alguma coisa estava a incomodar a pacata criatura. Ostentava a folha A4 na mão, gesticulava e não se calava.

Veja só isto, dizia ele:

Tenho uma casita na aldeia que está bastante degradada e que, por isso mesmo, não está habitada. Durante um ano inteiro não consumi eletricidade, não precisei. Sabe quanto a EDP me faturou por um ano de consumo zero? Trinta e dois euros e uns cêntimos!!! Isto é inadmissível!!!

Pois é! Digo eu!

Mas aquela fatura detalhada que a EDP nos envia com a potência contratada não sei quê, mais a potência contratada tal e quê, (quatro potências contratadas com um preço diferente por cada uma) acumulam um valor na respetiva coluna; depois a taxa de exploração X e Y; acrescenta-se o imposto especial não sei quê; mais o áudio visual; essa fatura pode ser de tudo, mas de eletricidade consumida, de facto não é.

Para completar o gamanço:

Em cima disto tudo, em cima desta invenção, aplica-se o abençoado IVA e está feita a operação.

E como perguntar não ofende, deixo só esta questão:

Quem é que se anda a governar com estes dinheiros?

 

O.C.

16.05.12

Publicidade selvagem (!?)


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O senhor Presidente da Câmara de Ourém terá dito (não ouvi), que irá fazer um ataque feroz à publicidade selvagem que está espalhada pelo concelho. Ao que parece o desagrado resulta, não só, do facto da dita publicidade ser feita em suporte de plástico, mas também por estar assim como que empoleirada nas árvores.

Ora bem! Analisando:

- Publicidade em plástico não é crime nenhum, porque, tanto quanto se sabe, ainda ninguém proibiu o funcionamento das fábricas que o produzem.

- Publicidade atada nas árvores poderá não ter grande estética, mas até pode ser o sítio mais adequado. É uma questão de visibilidade!

- Dá mau aspeto e não está à altura do evento que publicita? É bem possível que assim seja! E o evento? Valerá mais do que uma faixa de plástico atada a umas árvores? Talvez sim, talvez não!

Ou será que o problema é outro?

Que autoridades é que terão que ser acionadas para pôr cobro a este problema?

Eu compreendo que o sr. Presidente se sinta incomodado com estas manifestações de "terceiromundismo" no seu concelho!

E também compreendo que gostasse de ver estas e outras manifestações de bairrismo com um aspeto mais "civilizado"!

Compreende-se, perfeitamente!

Mas...

Já alguém se interrogou sobre quem pôs as faixas publicitárias? Já alguém pensou que, eventualmente, poderão ter sido as mesmas pessoas que tudo dão pela sua terra? Que podem não ter recursos para mais? Que ou é aquilo, ou nada?

Daí que me pareça que não se perderia nada se, antes de fazer (ou de dizer) o que quer que fosse sobre este assunto, se analisassem bem os quês e os porquês para que ninguém saia magoado da contenda.

A impetuosidade que ressalta da afirmação do "ataque feroz à publicidade selvagem", pode não ser muito mais do que um exagero! O que não invalida a preocupação e a necessidade de algo fazer. Sem recurso à repressão, de preferência e sempre que possível!

 

O.C.

 

 

 

13.05.12

Feriados!


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Não tenho nada a ver com o CDS-PP! Conheço o sr. Ribeiro e Castro, de nome, há muito tempo. Tanto quanto sou capaz de avaliar estamos longe de ter grandes coincidências nos nossos ideais, mas, pelo que acabo de ler, estamos de acordo no que diz respeito aos feriados.

Não sei o que leva Ribeiro e Castro a pedir ao sr Presidente da República para que vete a lei que elimina os quatro feriados e que será aprovada, ao que se presume, na próxima semana, pela maioria da Assembleia da República. Dois feriados religiosos, Corpo de Deus e Todos os Santos, e dois civis, 5 de Outubro e 1 de Dezembro.

Pela parte que me toca, primeiro, por razões de ordem religiosa, é-me absolutamente indiferente que a Igreja tenha "vendido" estes ou outros dos seus feriados; segundo, por razões de ordem político-patriótica, considero uma lástima que o governo do meu País tenho tido o atrevimento de "vender" o "dia da implantação da República" e o dia da "restauração da independência". Mesmo que o primeiro não me entusiasme tanto como o segundo, acho que nenhum deles é "negociável".

Tudo isto porque a imbecilidade se apoderou de alguém!

Tudo isto porque a hipocrisia acha que com menos quatro feriados e os correspondentes (hipotéticos) dias de descanso, Portugal vai aumentar as exportações, vai aumentar a produtividade interna para diminuir as importações, vai acabar com os 700 mil desempregados, vai acabar com a falência das famílias e das empresas, vai fazer dos nossos empresários as pessoas mais felizes do planeta, vai pagar a dívida e acabar com as troiquices todas, etc e tal!

Por favor, não gozem com o pessoal!

 

O.C.

 

 

 

06.05.12

Comunicados II


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Não entendo bem em que medida interessa ao município que o sistema educativo no concelho de Ourém se organize em três agrupamentos de escolas,
ou em quatro, ou em seis ou sete como já esteve.

Como também não entendo em que medida o município de Ourém poderá contrariar, agora, os planos do Ministério da Educação caso este opte por acabar com os quatro agrupamentos que têm existido e passe para três, tal como não conseguiu evitar que, num passado recente, os seis agrupamentos que existiam (sem contar com a Escola Secundária) passassem a quatro.

Como não conseguiu, nem consegue, evitar que sejam fechadas escolas onde nem sempre se compreende que fechem.

Daí que me interrogue sobre o sentido desta passagem do comunicado dos srs vereadores do PSD:

“ Urge perceber argumentos e atuar em defesa da educação do nosso concelho. Já que esta ponderação não se realizou quando deveria ter sido feita, faça-se deste momento de tensão uma ocasião para reestruturar de modo refletido o território educativo do nosso concelho.”

Sinceramente, não consigo perceber o alcance desta conversa, porque não sei que ponderação ficou por fazer, desconheço a quem cabe a responsabilidade dessa falha, não sei que reestruturação acham que deve ser feita, nem vislumbro como interferir nisso. Os srs vereadores também não esclarecem.

E, logo a seguir, dizem:

“ Sem partidarismos unamo-nos em torno deste objetivo”

Só posso aplaudir, mesmo com as dúvidas que atrás refiro, lamentando que nem sempre assim seja (ou tenha sido) e achar que essa de “sem partidarismos” não existe.

Tanto quanto julgo saber, esta invenção dos agrupamentos, que já leva uma dúzia de anos, teve como principal objetivo reduzir a estrutura administrativa da educação e, consequentemente, encolher orçamentos, apesar de toda a retórica fazer bandeira com as vantagens que daí advinham para alunos e encarregados de educação, principalmente.

O que se constata é que alunos e encarregados de educação não terão lucrado tanto assim, os docentes têm a vida cada vez mais infernizada e a administração terá encolhido, mas concentrou-se, o que não significa que tenha ganho eficácia.

Assim como também ainda ninguém demonstrou quanto se poupou, se é que poupou, com toda esta inovação, ou poupará, com a inovação que se segue.

Para terminar:

O comunicado dos srs vereadores parece dirigido para o alvo errado, porque a maneira como o Ministério da Educação organiza a parte administrativa dos seus estabelecimentos de ensino parece fugir, claramente, ao controlo do município. O que não significa que não conste das suas/nossas preocupações. Como tantas outras coisas!

 

O.C.

04.05.12

Comunicados I


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Não é possível ler os comunicados dos vereadores do PSD na Câmara Municipal de Ourém e ficar indiferente. Nem pelo que eles dizem, nem por aquilo que pretendem esconder.

Os dois últimos que li, com data de 2 do corrente mês de Maio, um sobre as condições do espaço/gabinete que lhes foi atribuído no edifício da Câmara
Municipal e outro sobre os agrupamentos escolares do concelho, são bem o exemplo daquilo que alguém disse, não recordo exatamente quem : “democracia é quando sou eu a mandar, ditadura é quando mandas tu”. Por outras palavras: os mesmos atos passam de virtudes a defeitos quando deixam de ser praticados por mim e passam a ser praticados pelos outros.

Sobre o primeiro tema, o espaço que lhes foi atribuído, dizem os srs vereadores do PSD, entre outras coisas, que:

“ Mais não é do que uma arrecadação”

“É uma atitude que consideramos ofensiva e indigna de quem a pratica”

“ Estamos aqui em representação de milhares de pessoas que nos elegeram e temos a mesma legitimidade que a maioria do atual executivo”

“ Antes das forças políticas existem as pessoas”.

Analisando isto pelo que é dito, não há dúvida que uma arrecadação, em princípio, não será o lugar mais digno para instalar o gabinete de trabalho dos vereadores da oposição; nem a decisão que a tal conduziu (?) poderá dignificar quem quer que seja. Desconheço se a dita “arrecadação” é mesmo isso, ou outra coisa; mas admitamos que é mesmo isso; e não teria qualquer dúvida em subscrever este ponto do comunicado, porque acho que as pessoas devem ser tratadas com dignidade, mesmo perdendo as eleições. Ontem, hoje ou amanhã!

O curioso e caricato é serem os vereadores do PSD, o partido que desde 1974 mais anos deteve a presidência do município, a ter este discurso!

Porque se analisarmos isto pelo que não é dito, mas por aquilo que se pretende esconder, ou fazer esquecer, e à luz do que se foi constatando ao longo destes anos todos, então, é caso para perguntar:

- Como eram as instalações que o vosso partido disponibilizou à oposição quando os srs estiveram em maioria?

- Desde quando é que acham que a legitimidade dos que perdem as eleições é a mesma dos que as ganham?

- E agora as pessoas estão primeiro e o partido depois? Desde quando é que acham isso?

É que a prática parece denunciar precisamente o contrário!

Toda a gente entende os objetivos de tudo isto:

- Pressionar o atual executivo municipal;

- Formatar uma imagem nova perante os eleitores;

- Branquear comportamentos passados;

- Assumir o papel de vítima na esperança de que isso reverta em seu favor.
Principalmente se os visados ficarem silenciosos e não esclarecerem o que corresponde ou não corresponde à verdade.

 

O.C.