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OuremReal

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22.12.11

Estilos


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Ouvi hoje, em entrevista numa rádio, um dirigente do PSD defender o seu líder partidário e primeiro-ministro Passos Coelho, a propósito da emigração dos professores, apontada como uma solução para o desemprego destes profissionais, como, aliás, outro governante já tinha sugerido para a generalidade de todos aqueles Portugueses que se vêem na mesma situação.

A certa altura da conversa, dizia aquele dirigente que o primeiro-ministro só estava a ser honesto e responsável ao dizer a verdade aos Portugueses e os professores só lhe deviam estar gratos por ele lhes estar a sugerir um caminho para a solução dos seus problemas.

Depois comparou o atual primeiro-ministro com o seu antecessor dizendo que, ao contrário deste, não esconde a realidade do país, diz a verdade. E apontou, em jeito de exemplo, que, se ambos tivessem um carro velho para vender, o atual pm diria que se tratava, de facto, de um carro usado, já com 120 mil kms, com um acidente, mas devidamente reparado, por um bom preço, com um ano de garantia e, portanto, num estado muito satisfatório.

O anterior pm, ao vender o mesmo carro, diria que era um carro excelente, com apenas 120 mil kms, com todas as revisões feitas em devido tempo, omitiria o caso do acidente, por um ótimo preço, com garantia de um ano e que o comprador ficaria bem servido.

Depois desta conversa fiada, fico sem saber:

- Se os professores aconselhados a emigrar estarão gratos ao pm pela ajuda que a sugestão lhes trará, ou se, ao contrário, estarão a dizer mal da vida e a lamentar o voto que lhe deram nas últimas legislativas (os que deram! E terão sido muitos!).

- Tão pouco se saberá se algum dos vendedores conseguiria vender o carro. Mas, uma coisa é certa: o carro seria, exatamente o mesmo, com uma conversa ou com outra, o que significa que o comprador ficaria tão bem (ou tão mal) servido, comprando a um ou a outro. Isto, quanto a estilos de venda de automóveis. Governar um país é outra coisa!

Para terminar: - O tal dirigente do PSD, ao afirmar que alguém deverá estar grato a um pm que, o melhor que sabe fazer para resolver o desemprego dos seus concidadãos é aconselhar os desempregados a emigrar, só está a confirmar que a incompetência e o ridículo, por vezes, andam de braço dado.

- E, ao comparar estilos de venda de automóveis com estilos de governação de um país, revela uma leveza de espírito que só pode assustar o mais crente dos mortais.

É caso para perguntar: Porquê um castigo destes?

 

O.C.

06.12.11

Não dá para entender!!!


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A Câmara de Ourém ameaça bloquear, ou rebocar, os automóveis que nos espaços públicos, ostentem aquelas informações, hipoteticamente destinadas à venda desses veículos, tipo "venda", "trata" ou, simplesmente, o "número de telefone".

É o que leio nalguma imprensa da região.

E não deixo de ficar surpreendido, porque, primeiro, não entendo o porquê desta atitude; segundo, não alcanço qual possa ser o objetivo.

A menos que se trate de uma questão de fiscalidade...

Ora, ao que parece, um automóvel estacionado em espaço público, se tiver um papel no vidro com um número de telefone incomoda a Câmara Municipal; se não tiver o papel já não incomoda. Partindo do princípio que as questões relacionadas com a fiscalização do trânsito, estacionamento incluído, ficam a cargo da autoridade policial competente, só podemos concluir que se o veículo estiver mal estacionado essa autoridade resolverá, se estiver bem estacionado sobra a questão do papel com o número para a Câmara Municipal entrar em ação.

Daí que o "problema" passe a ser o papel e não o veículo.

E por que é que um papel com um número escrito pode ser um problema?

Será por razões de estética?

Por razões ambientais?

E o problema é o mesmo se o número não for o de um telefone?

E se o automóvel, em vez de estar em espaço público, estiver em espaço privado, com o mesmo papel no vidro, também incomoda? E quem é que o vai rebocar, ou bloquear lá no quintal do dono?

Quanto aos objetivos desta ideia luminosa, só posso ver a fiscalidade.

Se considerarmos o tal papel como sendo um anúncio publicitário poderemos estar perante uma irregularidade por parte do proprietário do veículo, que carecerá de uma autorização para tal, pagar, eventualmente, as devidas taxas e, por conseguinte, contribuir, desse modo, para os cofres públicos.

Resta saber que tratamento será dado a todas as viaturas que por aí circulam, com publicidade escrita nos vidros, nas portas, nos tejadilhos, à frente, atrás, em tudo quanto é sítio. Vai ser tudo bloqueado ou rebocado? Ou esses estão isentos?

Que fique claro que não conheço as posturas e regulamentos municipais e, por conseguinte, admito poder estar a ver mal a questão!

Mas há coisas que não dá para entender!!!

 

O.C.

 

 

03.12.11

A dieta dos funcionários públicos


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Na eventualidade de um qualquer funcionário público passar por este blog, fica convidado a deliciar-se com esta pérola literária que, certamente, o fará comover, quem sabe, até, derreter-se em lágrimas, pelo carinho e apreço manifestados para com os ditos funcionários deste país.

 

Citação de partes do conteúdo da página 511, do livro de Álvaro Santos Pereira, intitulado "Portugal na hora da verdade - como vencer a crise", na parte denominada "políticas para retomar o sucesso":

 

"Uma verdadeira reforma do Estado que torne as nossas contas públicas saudáveis e sustentáveis não deve ser feita contra os funcionários públicos ou contra o serviço público. Antes pelo contrário.Uma verdadeira reforma da administração pública terá de melhorar o serviço público, não piorá-lo.

Uma verdadeira reforma do Estado terá de incentivar a auto-estima dos funcionários públicos e fazer com que sejam eles próprios a estimular a mudança de que a nossa administração pública necessita.

Finalmente, uma verdadeira e duradoura reforma do nosso Estado não poderá encarar a necessária dieta da administração pública como uma mera poupança de euros e de despesa pública, mas sim como uma oportunidade única para melhorar a eficiência do Estado e, assim, simplificar e auxiliar a vida dos portugueses.

A culpa do descalabro das finanças públicas nacionais não é dos funcionários públicos, é dos governos."

 

Comentando:

 

1 - Subscrevo, inteiramente, e com aplauso, as afirmações atrás citadas.

2 - O autor daquelas afirmações, antes de ser ministro da economia, terá alguma coisa a ver com o dito autor depois de ser ministro da economia? Ou estaremos perante um indivíduo com dupla personalidade? Ou o ministro da economia não tem nada a ver com as tropelias que estão a ser feitas pelo governo deste país aos funcionários públicos?

3 - Estava a tentar encontrar uma relação causa-efeito entre a destruição da função pública em curso, incluindo os cortes dos subsídios de natal e férias, com a bonita prosa do sr. Álvaro, mas não consigo encontrar nada em comum, para além da "necessária dieta". O que me leva a crer que as tão faladas gorduras do Estado, que é preciso cortar, estão mesmo aqui, nos funcionários. Quem diria! Nunca pensei tal! Mas, a ser assim, preparem-se, porque a seguir vão cortar uns dias de férias, talvez tenham que ser revistas, para baixo, as tabelas salariais, um aumentozito nos horários de trabalho, uns despedimentos, mesmo que lhe tenham que dar outro nome, uns quadros fantasmas onde são colocados os que não são precisos(?) e levam um pontapé no rabo logo que calhe, enfim, aquelas coisas que queimam calorias, porque se vocês não cuidarem da dieta terão que ser os nossos zelosos governantes a tratar disso.

Eu só estou a avisar!

 

O.C.

03.12.11

Uma boa notícia!


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Finalmente, uma notícia agradável!

O espetro noticioso nacional vai ficando demasiado deprimente para quem ainda vai tendo alguma capacidade crítica e o discernimento suficiente para perceber que a imbecilidade que vai reinando acabará por nos atirar para os meados do século passado, e voltar a viver das couves, dos feijões e das batatas que se criavam lá no quintal. Assim haja sítio e vontade para os cultivar!

Daí que, em jeito de férias para os espíritos de quem preza a sua saúde mental (e a outra), desligar o televisor, nem que seja por 24 horas, não só poupa na conta da eletricidade, mas também na da farmácia, porque os nervos acalmam-se e a tensão arterial tende a normalizar.

Só que, e aqui levanta-se outro problema, a revolta interior, (que já não tem cura!) e que vai andando, mais ou menos abafada, acaba por vir ao de cima, e a preocupação de saber se ainda estamos apenas mal ou se já estamos pior, faz saltar a tampa e lá vai o dedo carregar no botão do "onofre", ou seja, o botão que faz on/off (porque os portugueses não sabem dizer ligar/desligar).

Foi o que me aconteceu. Sem televisão, nem rádio, durante o dia de ontem, não sabia do desfecho do naufrágio da embarcação de pesca de Caxinas e do resultado das buscas para encontrar os seis ocupantes. Hoje, de manhã, a notícia que estava a correr, quando liguei o televisor, anunciava, precisamente, que tinham sido localizados e estavam salvos. Senti uma enorme satisfação! Direi mesmo que foi a notícia mais agradável que me chegou, via televisor, nos últimos tempos.

Que começou logo a ser estragada com a reportagem de uma senhora repórter que bombardeou os percadores com perguntas parvas, como se interessasse a alguém saber "que pensamentos tiveram naqueles momentos de aflição", "como se sentiram", e não sei que mais.

Antes que a coisa piorasse e voltássemos ao assunto "Mercozy" e ao que anda à volta disso, ou caíssemos no nacional parolismo centrado na discussão do programa da governação para 2012, com os proeminentes figurantes do momento Coelho, Portas, Relvas, Gaspar e C.ia, mais uns comentadores sabichões, a dizer que não há almofadas, nem folgas, que acabam com os feriados x e y, que temos de trabalhar mais meia hora por dia, que temos de estar preparados para uma eventual saída do euro, que vão rever as tabelas salariais, mais os subsídios de férias e natal que foram à vida, mais o agravamento de impostos, mais isto, mais aquilo, só não dizem que, afinal, são uns incompetentes, e aldrabões, e que a basófia eleitoral não passa disso mesmo - basófia, antes que isto acontecesse, desliguei o tal botão.

Tem sido uma tarde tranquila, até porque, por onde tenho andado, tudo está calmo, sem poluição de qualquer espécie, a confirmar que o contacto harmonioso com a Natureza, sempre que se possa, só pode ser compensador.

 

O.C.