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OuremReal

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28.11.11

Psicosocial(mente)


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Estou sensibilizado! Sensibilizado será pouco! Estou comovido com a profunda sensibilidade social revelada pelo governo que, depois de ouvir os muitos
apelos que lhe chegaram, foi capaz de encontrar, mais do que isso, foi capaz de inventar uma “almofadazinha” para alterar o critério de “rapar” os subsídios de férias e de natal aos funcionários no ativo e aos aposentados, em 2012.

É evidente que foi isto que o governo pensou fazer, desde o início!

É evidente que lançou para a discussão valores diferentes para poder, agora, fingir que foi sensível às dificuldades dos portugueses e mudou o limite a
partir do qual se começa a ser penalizado naqueles subsídios: primeiro era a partir de vencimentos de 485 euros, agora é só a partir dos 600; e nestes casos o corte é parcial. O limite a partir do qual se perdem os subsídios na totalidade era, no início da discussão, 1000 euros, agora é a partir dos 1100.

De facto, toda esta encenação revela que Passos Coelho e a sua equipa sabem muito bem da gravidade do que estão a fazer, das repercussões sociais que as suas medidas têm, das antipatias que estão a gerar e dos riscos inerentes. Não admira, portanto, que todas as cautelas sejam tomadas e que a ação psicológica seja redobrada. E muito cuidada! E apanhará, certamente, muita gente distraída!

E continua com a treta dos feriados, com a aliança da igreja católica. Mais a treta da meia hora de trabalho por dia, com o aplauso dos aliados do patronato.

Rejeita todas as alternativas apresentadas pelos partidos da oposição, não porque demonstre que não são exequíveis, mas porque não há margem para folgas, não há almofadas, como diz o sr Relvas, mais o sr Álvaro, porque nada pode ser mais rigoroso e infalível que o rigor e a certeza governamentais, dirá o resto do coro. Embora continue a apregoar que está aberto a todas as alternativas. Como manda a psicologia.

Passos Coelho passou, depressa demais, de bluff eleitoral, para uma ameaça governamental!

 

O.C.

17.11.11

O senhor BPI


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O senhor BPI, presidente Ulrich, diz que deviam acabar as conferências de imprensa da troyka, porque são proferidas por funcionários de 7ª linha.

Em português corrente, entendo eu, ele terá querido dizer que se tratará de uns "funcionariozecos", que não traduzem, com exatidão, o verdadeiro pensamento troykiano.

Em contrapartida, gosta muito de ouvir o governo, em especial o ministro das finanças. Exprimem-se com muita clareza, diz ele.

Porquê esta preferência do senhor presidente? Não sei! Mas sou levado a crer que um dos tais "funcionariozecos" terá tido a ousadia de cometer o erro de dizer que os "cortes" com que os funcionários públicos estão a ser presenteados devem ser extensíveis ao setor privado. Se assim for, o senhor BPI tem razão. No setor privado não se toca!

Só que há uma questão que se levanta:

Então os impreparados "funcionariozecos", que deviam estar calados, são os mesmos que vão "passar o diploma" de bom comportamento ao governo por estar a pôr em prática as recomendações troykianas, ou ir mesmo mais longe do que o recomendado? Então os homens não servem para fazer uma conferência de imprensa e servem para certificar o desempenho governativo?

É urgente que o senhor BPI ponha mão nisto, porque ainda vamos cair na história das novas oportunidades, com certificações de muito duvidosa qualidade (segundo o ponto de vista do senhor primeiro ministro).

E se isto chega aos ouvidos dos Merkozys que estão a estudar a forma menos dolorosa, ou mais airosa, de nos atirar borda fora? Então será mais um passo a caminho da segunda liga europeia.

Depois queixem-se!!! 

 

O.C.

14.11.11

O tunel 29


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Até parece um tunel. De facto, é uma situação que não se compreende. A estrada nacional 113, que vem de Leiria para Tomar, ou vice-versa, como se queira, pouco depois de atravessar a cidade de Ourém, quando atinge o quilómetro 29,no sentido de Tomar, foi alvo de uma intervenção no seu traçado que  não lembraria nem ao mais ousado arquiteto, engenheiro, projetista, ou não sei quem mais, que se regulasse por razões que não estivessem condicionadas por motivos de ordem económica. Segundo a minha perspetiva, claro. Mas também posso estar errado!

É neste quilómetro 29 que a EN 113 é cruzada, por cima, pelo novo IC9. Daí a necessidade de construir um viaduto, mas desde cedo se percebeu que, com os pilares que estavam a ser construídos, passar por baixo, só de gatas. E como os pilares não cresceram em altura foi a estrada que teve de descer.

E a obra aí está, com a EN 113 a afundar uns 3m, ou mais, não fui medir, mas a deixar a sensação de ser uma má solução, com esta espécie de tunel, em curva, junto a um pequeno curso de água, no final de uma reta, a constituir mais um perigo para todos os que por ali terão de passar.

Compreendo que levantar o leito do IC obrigaria a gastar mais em betão, mais em toneladas de terras para além do viaduto, mais nisto e naquilo, provavelmente muitíssimo mais do que custou afundar a estrada. Mas esta solução parece má demais. E não se entende como houve a coragem de a consentir!

 

O.C.

10.11.11

Ridícula


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Ridícula é a adjetivação mais benévola que me ocorre para qualificar a declaração e a subsequente ação governamental para abolir quatro feriados, dois civis e dois religiosos. Como ridícula é a declaração ministerial de que não podemos ter tantos feriados e tantas pontes. Como ridícula foi, e continua a ser, cada vez que é repetida, a declaração da igreja católica de que está disponível para negociar os feriados, dois, se o governo fizer outro tanto. Como ridícula é a afirmação de que os feriados podem ter a ver com a falta de produtividade das empresas, ou que podem levar os portugueses à preguiça.

Ao que se diz, a igreja católica está disponível para abrir mão dos feriados religiosos de 15 de Agosto e 7 de Junho (este parece que é móvel). O que dizer a isto? Pela minha parte, muito pouco, quase nada, a não ser o que sempre pensei: ser nestes dias ou noutros quaisquer é exatamente a mesma coisa; foi inventado assim, pode ser reinventado doutro jeito; vai dar ao mesmo.

No que respeita aos feriados civis, entendo que a questão é diferente. Os acontecimentos que as datas assinalam podem dizer muito, pouco ou nada, a cada um de nós.

Mas o 1º de Dezembro recordará sempre o dia 1 de Dezembro de 1640 e a libertação do jugo espanhol que durou 60 anos. Isto tem alguma importância ou não tem importância nenhuma? Para mim tem a importância q.b. para não me esquecer e não desejar que os tristes dias de 1580 se repitam. Com ou sem feriado.

E o 5 de Outubro será sempre o dia 5 de Outubro de 1910, data que assinala a implantação da República em Portugal. Do mesmo modo, poderá ter importância para uns e não para outros; haverá mesmo quem bata palmas se se deixar de comemorar esta data e esquecido o ato que ela assinala. Pelo que me toca, continuarei a não esquecer a data. Com ou sem feriado.

 

O.C.

 

08.11.11

Tolerância de ponto


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Alberto João Jardim assinou um despacho dando tolerância de ponto aos funcionários da administração regional para assistirem à tomada de posse do novo governo da região.

Não sei se isto tem alguma importância ou se não tem importância nenhuma, mas tenho a convicção plena de que é um ato de pura provocação, autoritarismo e propaganda.

Provocação para todos os que criticam a sua gestão ruinosa dos dinheiros públicos, enquanto presidente do governo regional e, sobretudo, para todos os que vão ter de pagar as suas descaradas e vergonhosas artimanhas orçamentais.

Autoritarismo com duplo sentido, ou, se quisermos, com dois destinatários:

Um interno, perante os seus súbditos, funcionários da administração regional que, no contexto insular, estão às suas ordens. Para que não sobrem quaisquer equívocos, eles têm que estar lá, bater palmas, fazer as devidas vénias, prestar a indispensável vassalagem.

Outro externo, para todos os“cubanos” que, no“contenente”, ousam afrontar o genial líder. Fiquem a saber, todos, que, ali, quem manda é ele!

E o primeiro-ministro de Portugal não faz falta nenhuma na cerimónia da coroação!

Propaganda, porque Alberto João vai aproveitar o ato da sua tomada de posse, para, mais uma vez, repetir o disco:

A legitimidade das dívidas da Madeira, a opressão do colonialismo de Lisboa, não aceitar que os madeirenses sejam tratados de maneira diferente dos restantes Portugueses, culpar tudo e todos, exceto ele, pelo descalabro das contas, ofender quem lhe apetecer, etc., etc.

E vai ter cobertura mediática à altura do estadista em causa! Como de costume!

 

 O.C.

08.11.11

E vão 4!


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E vão 4!

Depois da Irlanda, Grécia e Portugal chegou a vez da Itália. Os mercados, não sei bem o que isto é, mas o capital, o capitalismo, no seu pior, continua a fazer valer a brutalidade de toda a sua força. A terceira maior potência da zona euro, a Itália, está sob fogo intenso e Berlusconi não aguentou e vai, ao que se diz, apresentar a demissão da chefia do governo italiano. Este facto não seria grave, antes pelo contrário, não fora a causa externa, porque a causa interna não parece difícil de identificar e passa, sobretudo, pela má governação. Mas a causa externa é preocupante: este capitalismo sem escrúpulos comporta-se como uma onda devastadora que arrasa tudo na sua passagem. E o que se vai tornando confrangedor é não se vislumbrarem sinais de que algo ou alguém possa parar essa avalanche.

Tudo isto suscita duas grandes questões:

Primeira - O poder político claudicou perante o poder económico? Ou haverá um poder político (qual?) que está por detrás deste poder económico, usando-o, para pôr à prova, ou aniquilar, a capacidade da Europa para ser a União que se propunha ser?

Segunda - Quem será o próximo? A França? a Espanha? Ou vai parar por aqui?

Será que caminhamos para uma Europa a duas divisões, tipo futebol? Os que se aguentam financeiramente são da 1ª, os outros são da 2ª, podendo descer ou subir de divisão consoante os resultados orçamentais no final de cada ano?

O mais provável seria termos de nos defrontar com uma grande discussão sobre quem iria fazer os regulamentos desta solução para uma Europa em dois escalões e, talvez no próximo século, chegássemos a uma redação final dos mesmos para, simultaneamente, se concluir que estavam desatualizados.

E tudo voltaria ao princípio.

Uma coisa é certa: a água continua a bater nas rochas e o mexilhão continua a "lixar-se".

Enquanto o dito mexilhão não se convencer (e proceder em conformidade) que, das três uma: ou muda a direção das ondas, ou vira as rochas ao contrário, ou muda de vida e agarra-se o outra coisa. Continuar assim é que não dá!

 

O.C.

06.11.11

Feriados e g.r.i.p.e.


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Um grupo de reformados, indignados e pensionistas do Estado, (G.R.I.P.E.), ao ouvir membros do governo e da igreja católica, mais uns senhores das
organizações patronais, a lastimarem-se pelo elevado número de feriados que existem e que são responsáveis pela falência de tantas empresas e de tantas outras desgraças, não resistiram à emoção e resolveram reunir-se, meditar sobre o assunto, estudar todos os pormenores em profundidade para, posteriormente, apresentarem, a quem de direito, as suas conclusões, dando, assim, o seu modesto contributo para tão nobre causa nacional.

Chegaram à conclusão que, na verdade, muitas (quase todas) das falências, insolvências, derrapagens, gestões ruinosas, as ppp´s, dívidas ocultas, buracos orçamentais, desvios colossais, e até muitos pecados, têm como causa primeira, para não dizer única, os feriados. Sim, porque o resto da culpa é das pontes e, também, de alguns dias santos.

Em conformidade, resolveram apresentar a seguinte proposta:

1 - A curto prazo

- O primeiro feriado que deve ser abolido é o do dia de Natal – 25 de Dezembro. O motivo é simples: sem subsídio de Natal não faz sentido comemorar tristezas.

- Segundo feriado a eliminar – o 1º de Maio, dia do trabalhador. Com tanta gente no desemprego não há ninguém para comemorar.

- Terceiro 25 de Abril, dia da liberdade. Qual liberdade? Deve ser substituído, quando muito, por tolerância de ponto entre as zero horas e as seis da manhã. Mesmo assim, com intensa fiscalização da brigada de trânsito, com toda a gente a soprar no balão, por causa da tendência que o povo tem para afogar as mágoas…

- Quarto feriado a retirar – 1º de Dezembro. Para descanso de el-rei D. João IV que não se conforma com a intervenção da Troyka e consequente perda da independência de Portugal.

- Quinto 10 de Junho, dia de Portugal. A eliminar. Pura e simplesmente. Passa a ser dia de luto nacional.

- Sexto - Feriado a manter. Inegociável – Dia 1 de Novembro, por ser o dia em que temos o dever de recordar os nossos mortos. Com o respeito que merecem. Já que os vivos (muitos) servem para pouca coisa.

- Sétimo - Novo feriado. A implementar, de imediato – dia 1 de Abril. Passa a ser “ o dia do governo”, por ser o dia das mentiras.

 2 – A médio prazo

- Ponto um - Rever o problema dos domingos. Ou são para cumprir os deveres que a religião manda e, assim sendo, admite-se que seja um dia de descanso. Ou, não sendo assim, é certo e sabido que vai escorregar para a preguiça e daí para mais um pecado, se não forem mais, é um “vê se te avias”. Portanto, muita atenção!
O assunto é sério e terá que ser estudado cuidadosamente.

- Ponto dois - Os dias santos. O mesmo problema do ponto um. Com mais um pormenor – parece que, ultimamente, tem havido uma certa facilidade de se chegar a santo. Às vezes até parece um certo facilitismo, tipo novas oportunidades, e se não se trata de certificar a ignorância, como diria o sr. P.M., não deixa de parecer que se está a santificar o que não se afigurava santificável. Outro assunto sério e a aconselhar muito cuidado.

Fica a sugestão.

 

O.C.

05.11.11

Santuário de Fátima


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Santuário de Fátima quer despejar idosa.

Diz o blog “Bisca de três”, em 5.11.2011.

 

 

Santuário de Fátima processa Câmara e pede indemnização
de 2,3 milhões de euros
.

Diz o jornal oureense “Ourém e o seu concelho”, na edição de
15.10.2011.

 

 

Alguém está surpreendido?

Eu também não!

 

Vale a pena ler e meditar sobre aqueles dois artigos.

 

 

O.C.