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OuremReal

OuremReal

25.10.11

Como é que eu não me lembrei disto!?


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Era evidente que uma Europa sem petróleo e uma América a precisar de mais para satisfazer as necessidades estavam preocupadíssimas com as atrocidades do coronel líbio!

Toda a gente sabia que ao enviarem o seu braço armado para o conflito só estavam a pensar na libertação daquele povo oprimido!

Também sabemos que só por pura hipocrisia é que Kadafi se tornou um ditador a abater há muito pouco tempo. Porque, antes disso, era um “bom”aliado e a sua ditadura não incomodava.

Previ que Kadafi ia ser capturado! E foi!

Foi fácil prever que seria assassinado! Mas não fui capaz de prever, nunca me ocorreu, que pudesse ter sido morto por quem foi!(?).

Depois de vermos a barbaridade que as televisões mostraram.

Depois de ouvirmos o comandante das forças que o capturaram dizer que não sabia quem o tinha morto.

Eis que, hoje, um senhor do conselho nacional de transição afirmou que Kadafi foi morto pelos seus próprios homens para que não sofresse a humilhação de ser julgado e condenado. (!!!)

Curiosamente, esta versão aparece depois de se começar a falar num inquérito às circunstâncias da morte do coronel.

Ainda se começou a esboçar a hipótese de se ter atingido a ele próprio, porque ao sair dos canos onde se refugiou já viria ensanguentado e com a pistola na mão encostada à cabeça. Mas, como vinha com vida, a hipótese do suicídio não vingou.

Então, só podia ser morto pelos seus homens que, não entendo como, estariam ali, misturados com os captores, ao molho, a participar naquela barbaridade.

Como é que eu não me lembrei disto!?

 

O.C.

25.10.11

IC9-CUT


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Já todos percebemos que os nossos (des) governantes são radicalmente anti-SCUT, ou seja, tudo tem que ser com custos para o utilizador (CUT) e nada sem custos (SCUT).

Como se tudo o que é feito com recursos vindos do orçamento de Estado não seja, só por isso, com custos para todos nós, utilizadores ou não utilizadores do que quer que seja!

No que respeita às estradas a coisa começa a ficar feia demais!

Ao passar, hoje, no IC3, troço entre Entroncamento e Tomar, constatei que estão instalados os pórticos para colocação dos mecanismos para cobrança de portagens. Concluo que não são só as autoestradas que passarão todas a ser CUT’s, porque, ao que parece, há IC’s que também passarão a IC CUT’s. E, a seguir, os IP’s passarão a IP-CUT’s, as estradas nacionais EN’s passarão a EN-CUT’s, as municipais EM’s passarão a EM-CUT’s e os carreiros por onde eu corria, lá na minha aldeia, ainda passarão a carreiros-CUT.

Assim sendo, já estou a ver o IC9, do nosso (des) contentamento, que anda por aí a serpentear pelo nosso concelho e a dar chatice a muita gente, a passar a IC9-CUT e a dar mais dores de cabeça do que alegrias a quem alguma vez sonhou que essa estrada poderia ser um fator de desenvolvimento para as nossas terras.

Em meados do século passado já se pagava “a estrada”; as carroças dos burros e as bicicletas pagavam uma licença para circular e tinham uma chapinha com o número dessa licença.

Portanto, este tudo-CUT para onde estamos a ser levados, a PASSOS largos, não são nada de novo!

É uma espécie de redescoberta da pólvora!

Só que andam por aí uns curiosos, armados em pirotécnicos, a brincar com o fogo que ainda acabam por se magoar...

 

O.C.

       

 

16.10.11

Feriados e pontes


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Há dois dias atrás, quando se falou sobre a alteração de feriados que o governo quer levar a cabo para “diminuir as ausências ao trabalho e acabar com as pontes” foi entrevistado por um canal de televisão um sr. padre, de que desconheço a identidade e que, em nome da organização a que pertence, a Igreja Católica, proferiu, mais ou menos estas palavras, “pontes só as dos arquitetos e engenheiros e não as pontes da preguiça”, acrescentando que a sua Igreja concordava com a alteração dos feriados e a abolição das pontes estando mesmo disponível para alterar as datas de alguns feriados religiosos.

Esta conversa deixou-me a pensar!

Primeiro -  Aquele sr. deve ser um trabalhador (?) daqueles que por mais que trabalhem nunca se cansam; logo, não precisa de descansar; se lhe derem a oportunidade de o fazer, ele recusa-a porque, se não precisa, cai inevitavelmente na preguiça. E isso não é mau! É péssimo!

Segundo -  Pertence a uma classe privilegiada; não consta que haja padres no desemprego, não precisam de sindicatos para nada, não precisam ir às manifs, porque não há nada a reivindicar, não sei que contrato têm com a entidade patronal, não sei quanto ganham, nem quem lhes paga, não sei se pagam renda, água, luz e gás das casas onde vivem, não têm filhos para criar, enfim, pelo que parece não têm os mesmos problemas do cidadão comum a começar pela não necessidade de pontes para o que quer que seja, nem sequer para descansar. E, não tendo os mesmos problemas do cidadão comum, é natural, normalíssimo, que reaja de modo diferente a factos da vida real, como o caso dos feriados e das pontes. Só que, e por isso mesmo, não tem o direito de qualificar de preguiçosos aqueles que aproveitam as pontes que lhes derem, se e quando lhas derem, para fazerem o que muito bem entenderem, até mesmo para preguiçar.

Terceiro – Não entendo, a não ser como um exercício de pura demagogia, como é que um governo, ou uma entidade patronal qualquer, fala em pontes. Como se as pontes fossem mais do que uma benesse que é (ou não é) dada ao trabalhador. É prejudicial? Arruína o país, a empresa? É fácil de resolver. Não se concede. E ponto final.

Quarto – Há feriados a mais? Há feriados que não se justificam? Admito que sim. Quais é que não se justificam? Nunca pensei nisso! Mas os que invocam datas importantes da nossa história, como, por exemplo, 1º de Dezembro, 5 de Outubro, 25 de Abril parecem-me “inegociáveis”.

Por último - Quanto aos feriados religiosos, tanto quanto sei, só se assinalam os da religião católica o que me parece um exagero, pois, embora maioritária, essa religião não é única em Portugal. A abertura da Igreja para negociar as datas dos feriados religiosos parece-me acertada. Chamem-se as religiões todas e acerte-se o calendário. Façam um esforço e entendam-se!

Pela parte que me toca, não tenho nada contra feriados, nem pontes!

 

O.C.

16.10.11

Gorduras


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E primeiro que eu percebesse o que são as gorduras do Estado…!!!

Há uns meses atrás, bem ouvia o sr. dr. Passos Coelho a clamar, alto e bom som, que era preciso cortar as gorduras do Estado, acabar com o despesismo, que era impensável aumentar os impostos, que o equilíbrio das contas teria que ser feito com redução da despesa, com aumento das exportações, com o aumento da produtividade, enfim, aquelas coisas todas fáceis de dizer, bonitas de ouvir, mas difíceis (ou impossíveis?) de fazer.

Com esta lengalenga e outras do género, o sr. dr. lá convenceu 2 159 742  portugueses a votarem no seu partido e, juntamente com os seus vizinhos do rés-do-chão direito constituíram o governo da tal esperança, das tais promessas, da nunca vista justiça social, do respeito por tudo e por todos, principalmente pelos mais idosos, pensionistas, reformados, trabalhadores, etc., etc.

Pensava eu, e mal, que as gorduras do Estado seriam as despesas supérfluas, ou excessivas, como, por exemplo, serviços que não servem para nada, funcionários a mais, tipo assessor para isto e para aquilo, mais chefe de gabinete do assessor, mais secretária do chefe do gabinete e por aí adiante, mais uma frota de viaturas de alta gama, para cada ministério, mais outra para as secretarias de Estado, mais e mais para tudo o que é clientela, mais o que por aí vai por todas essas autarquias abaixo, (e acima), mais o que se consome (e o que não se poupa) por milhares de gabinetes, serviços, departamentos e afins espalhados pelos quatro cantos do país, mais os milhões em viagens, comunicações, deslocações, estadias, almoços e jantares por conta do erário público, mais o desaproveitamento de tanta gente que não produz tudo quanto pode e sabe, mais a subsídiodependência, a todos os níveis, que tão criticada foi, e é, mas que ninguém cuida de regular com justiça e eficácia, mais os ordenados chorudos que alguns iluminados têm de receber, porque os seus super neurónios assim o exigem, sob pena de ficarmos sem eles e, depois, corrermos o risco de ver os seus lugares ocupados por pessoas normais, com vencimentos normais, o que era um desprestígio para a nação, mais a racionalização de todos os circuitos de comercialização, prestação de serviços, contratações, qualquer negociação que envolva o setor público, de modo a eliminar esse mal crónico das derrapagens orçamentais e dos contratos loucos que levam a dívidas que se prolongam por décadas.

São só alguns exemplos do que eu pensava que poderia ser a gordura do Estado. Mas bem me enganei!

Afinal a gordura do Estado é mais ou menos como o colesterol. Há a chamada boa gordura, HDL, as tais lipoproteínas de alta densidade, e a má gordura, de baixa densidade, LDL.

Por aquilo que tenho ouvido e lido sobre as medidas do governo para enfrentar a crise, a parceria público-partidária , Passos-Portas, já identificou a causa de todos os males e vai atacar o veneno, com determinação e, tudo leva a crer, com todo o sucesso:

- A gordura de baixa densidade, a má gordura, a causa maior da crise nacional, a que é preciso combater até à exaustão, quiçá até à exterminação, o ldl do problema, dá pelo nome de  função pública, e o que demais for público, tipo escola pública, saúde pública.

- A gordura de alta densidade, a boa gordura, fica para depois. Até pode ser que, eliminada a má, a hdl acabe por dar jeito. Há que preservá-la, porque há sempre muita parasitagem para alimentar e com esta boa gordura à mão, não vai faltar pasto abundante.

Entre ameaças, palpites, dúvidas, afirmações e desmentidos fica uma certeza:

- Este governo revela uma total inabilidade para encontrar medidas eficazes para combater a crise e, para além de aumentar a receita com mais e mais impostos só consegue mexer na despesa com um ataque feroz ao único setor que domina com facilidade que é a função pública. Vai o subsídio de férias, mais o de natal, mais redução de salários e pensões, vai tudo o que for preciso, porque, no entender do sr. primeiro - ministro, a função pública ganha, em média, mais 15% do que o setor privado. Não é por nada, mas como não acredito em nada do que este sr. diz, seria bom que demonstrasse essa afirmação, com números e situações concretas, ( o que, aliás, não faz para nada do que afirma) para percebermos em que linguagem se exprime, porque, quando entramos no campo dos dialetos, nem tudo o que é dito deve ser interpretado como é ouvido.

 

O.C.

14.10.11

"Conversa em família"


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Depois de ouvir a conversa do primeiro-ministro a anunciar aos portugueses as linhas do orçamento de estado para 2012 não posso deixar de tirar algumas conclusões:

Primeira – Passos Coelho não tem palavra. Ouvi-lo, enquanto fazia oposição ao anterior governo, e ouvi-lo agora, leva a crer que andou a aldrabar tudo e todos, tentando (e conseguindo) convencer muitos portugueses de que tinha soluções para todos os problemas, quando a realidade mostra que, afinal, as suas soluções não passam de mais problemas em cima dos que já tínhamos.

Segunda – Passos Coelho parece-se com aqueles cobardolas, do tempo da escola, que só batiam nos mais fraquitos. Nunca nos fortes, porque tinham medo que lhes fossem ao pelo. Passos Coelho dá forte e feio na dita classe média; carrega na função pública como se esta fosse a fonte de todos os males e, por conseguinte, ter de ser o principal pagador da crise; destrói o mais que pode o que ainda sobrava do moribundo estado social; vai vender ao desbarato tudo o que do setor público puder interessar ao privado; as leis laborais vão-se transformando em leis de faz de conta; educação, saúde e segurança social já eram! E por aí adiante!

Terceira – Percebe-se muito bem por que motivo Passos Coelho dizia que estava pronto para governar com o FMI, ou lá com quem fosse! Se não fosse o memorando da troika onde é que ele ia buscar” inspiração e coragem” para estas patrióticas medidas?!

Quarta – Passos Coelho tem razão quando diz que “ é preciso mobilizar o país”. Eu também acho! Só não sei se estamos a dar o mesmo significado à palavra mobilizar…

E, por último, tanto quanto me parece, Passos Coelho e o seu governo estão a transformar-se numa séria ameaça à paz deste país.

 

O.C.