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OuremReal

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25.03.11

Divertimento à inglesa


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Os “beef’s”divertem-se!

À falta de melhor assunto para se tornarem engraçados, colunistas do jornal inglês Financial Times resolveram escrever sobre Portugal sugerindo que uma boa maneira de resolvermos a crise era tornarmo-nos numa província brasileira.

Dizem que a velha Europa nos considera problemáticos, porque:

- Estamos sem governo,

- Temos elevada resistência à austeridade e

- Temos um crónico desempenho económico.

Acrescentam que, apesar de, como província, apenas representarmos 5 % da população e 10 % do pib, teríamos a grande vantagem de:

- Estarmos num país com crescimento anual do pib de 4 %, ou superior,

- E que está no centro emergente do poder mundial,

- Beneficiaríamos de condições de crédito muito mais favoráveis e

- Contas correntes governamentais muito mais baixas.

Desta “gracinha” à inglesa não sei bem o que incomoda mais:

- Se o absurdo da colonização, ou

- O facto de constatar que há amargas verdades na brincadeira.

 

O.C.

23.03.11

Finalmente!


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Finalmente!

O 1.º ministro José Sócrates reconheceu que não tinha condições para continuar a governar. Devia tê-lo feito, em meu entender, quando, no início da legislatura, verificou que ninguém se dispôs a partilhar as responsabilidades da governação.

E devia ter desconfiado da cooperação estratégica que lhe era oferecida.

A teimosia na continuidade deu no que deu.

E a campanha eleitoral começou hoje mesmo.A avaliar pelo pontapé de saída adivinha-se que será uma campanha insuportável. E digo que será insuportável, porque ouviremos o A a culpar o B, e vice-versa, o C a vender demagogia, o D a prometer o que já sabe que nunca terá que dar, e todos a esconderem as medidas impopulares que teriam, ou terão, de tomar se chegassem, ou chegarem ao governo.

Depois do que se ouviu, esta tarde, na Assembleia da República, apetece dizer:

Mudem de governo. Para melhor, claro!

Mudem de política. Idem!

Mas mudem, também, de políticos! Quase todos!

Esta gente, estas caras, esta conversa fiada, a facilidade de criticar os outros, estes malabarismos mais ou menos palavrosos, a ligeireza com que se ofende o vizinho, os silêncios mal geridos, esta inutilidade em que parece transformarem-se os milhões que se gastam com todos, já não se aguentam!

Entretanto, o país, nós todos, embora uns mais que outros, continuaremos à rasca!

Até ao pec 5!

E o que mais se verá!

 

O.C.

20.03.11

Kadhafi


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Estava-se mesmo a ver!

Pouco sei da Líbia! Um país com uma sociedade tribal! E que tem petróleo!

Pouco sei de Kadhafi! Um chefe tribal desse mesmo país, no qual manda (ou tem mandado), como também manda (ou tem mandado), no respetivo petróleo. Tem  uns “tiques” um bocado extravagantes, parece que é osso duro de roer e é avesso a fazer fretes aos poderosos que não lhe agradam.

Mas tem petróleo! Muito petróleo!

E sabe como a democracia pode ser um “perigo” e uma realíssima “ameaça” para o seu poder tribal, para o seu país, para o seu petróleo; para si, em particular!

Daí que não tolere qualquer gesto que ponha em perigo ou ameace, simplesmente, a sua condição de todo poderoso. E parece que não é nada acanhado na repressão a qualquer afronta.

Só que Kadhafi não é assim há uma semana! Nem há um mês! Nem há um ano!

E os seus amigos todos sabiam disso!

De repente, alguns líbios, acordaram!

Não sei se acordaram naturalmente, ou se alguém os despertou. Tanto faz!

Só sei que os amigos de ontem, aproveitaram esse acordar para se transformarem, de repente, em acérrimos defensores de direitos humanos e, como não podia deixar de ser, passaram a inimigos.

Não tenho a certeza se essa mudança se deve ao inesperado “amor” para com os líbios oprimidos ou se o problema se chama petróleo. Mas sou levado a crer que se não houvesse petróleo envolvido, o povo líbio bem podia gritar, porque a comunidade internacional, com Franças, Grã Bretanhas, Canadás, States e Espanhas, mais uns países árabes à mistura, não lhe daria ouvidos, como não dá a outros povos que lá vão sendo massacrados por facínoras sem escrúpulos. E ninguém os ouve!

Foi um instante enquanto a “festa” começou!

Para aperitivo, o sr. Sarkosy mandou a aviação e o sr. Obama mandou umas “ameixas” para parar Kadhafi.

Mas a coisa vai inchar! Naturalmente!

Hipocrisia, falta de escrúpulos, despotismo, interesses vários, tudo isto regado com petróleo…só pode dar explosão!

Esperemos que não tenhamos outro Iraque à vista! De triste memória!

E Kadhafi que se cuide! A Saddam foi um ar que lhe deu!

 

 

O.C.

11.03.11

sexta-feira


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Uma sexta-feira negra. Para esquecer ! Por razões várias:

1 – O sismo no Japão

Assustador! Terrivelmente medonho! As imagens, por muito terríveis que pareçam, não darão a real dimensão da tragédia. Os efeitos do tsunami que se seguiu, com carros, barcos e casas a serem varridos e arrastados por ondas de lama e entulho, que mais parecem cenas de desenhos animados, só podem deixar perplexidade se o número de pessoas mortas e desaparecidas se quedar pelas “reduzidas” centenas até agora anunciadas. Ou estaremos perante a prova “provada” que um país organizado e um povo informado e disciplinado não são investimentos inúteis. Apesar da desgraça!

2 - Os pec.’s

O governo, pela voz do ministro das finanças, anunciou a intenção de mais um pec, não sei se é o 4º ou 5º, mas não será o último, certamente. O que me parece é que com estes (ditos) programas de estabilidade e crescimento não vamos a lado nenhum, para além do cano de esgoto para onde nos estão/estamos a lançar.

Digo que “nos estão a lançar”, porque, de facto, a continuada incompetência dos governantes que os portugueses têm vindo, sucessivamente, a escolher nos deixou cair na difícil situação em que estamos, com especial relevância para a gigantesca dívida externa que nos vai asfixiando. Para além de outros males nada menores.

Digo que “nos estamos a lançar”, porque todos somos corresponsáveis pela situação, na medida em que, de um modo geral, estamos, temos estado, sempre disponíveis para arrecadar todos os benefícios, reivindicar todas as regalias, sem nos questionarmos da sua sustentabilidade, enquanto nos revelamos muito menos disponíveis para partilhar dificuldades, ou contribuir para soluções; ainda, porque temos assistido, quase todos, a este desfilar de disparates, ao longo de anos e anos, sem a coragem de reagir, com a energia adequada, nem com a necessária lucidez e, quase sempre, acobardados numa comprometedora comodidade (?) que, mais tarde ou mais cedo, se virará (já virou) contra nós. Claro que retiro desta “comodidade” os 20% (ou +) de portugueses que não sabem o que isso é!

E o que é que ressalta destes pec’s todos? Cortes, congelamentos, encerramentos, restrições, diminuições, austeridade, precariedade, desemprego! E o “buraco” continua a devorar as poucas energias que nos restam! Sem fundo à vista! Até quando?

3 – Bruxelas

As televisões passam os dias a mostrar o sr. X, mais a sr.ª Y, aperaltados, mais os outros srs. todos, mais as outras sr.as todas, sorridentes, todos, até parece que a vida lhes corre às mil maravilhas, e certamente que assim é, nos seus (nossos) belos automóveis, mais uma infinidade de acompanhantes. São entrevistas e mais entrevistas, e fotos, e conversas. E depois disto há uma questão que se sobrepõe a tudo:

Quanto é que se gasta, em cada dia, com esta gigantesca ostentação?

Será que a ação dos protagonistas, nos respetivos países, justifica todo este investimento?

Sinceramente, acho que não! Nem se entende, eu não entendo, por que motivo grande parte destes “ajuntamentos” não podem ser substituídos por outros meios. Agora que as tecnologias de informação e comunicação servem para tudo e mais alguma coisa, não podem servir para que esta gente toda, diga o que tem a dizer, uns aos outros, sem terem que andar sempre a caminho de Bruxelas? Ou isto serve para mais coisas que eu não vislumbro?

E os pontos negros não parariam por aqui. Se valesse a pena!

 

O.C.

07.03.11

Geração rasca?


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 Geração rasca? Acho que não, embora às vezes pareça!

Geração à rasca? Sem dúvida que sim!

Não me incluo no grupo dos que acham que a geração A era boa, a geração B não o é, porque acho que as gerações são todas diferentes umas das outras, porque elas são fruto de todas as circunstâncias em que se vão desenvolvendo, como também acabam por interferir e influenciar essas mesmas circunstâncias, fazendo com que as que se lhe seguirem sejam diferentes das que as antecederam.

O que acho é que a nossa apreciação sobre determinada geração se baseia sempre na comparação com o que idealizamos, com o que gostávamos que fosse, quase sempre porque não conseguimos ser o que gostávamos ter sido e achamos que os outros o devem ser.

Também acho que, geração após geração, as condições de vida têm vindo a melhorar, os sacrifícios pedidos a cada uma têm sido menores o que, de alguma forma, tem vindo a criar algumas falsas espetativas e alguma ilusão, já que a vida real é mais exigente do nos querem fazer parecer.

Aqui entra o instinto protetor da família, dos pais em particular, a subtrair os filhos a todas as dificuldades, o mais que podem, muitas vezes com prejuízo próprio. E, algumas vezes, contrariamente ao que julgam, não estão a ajudar, mas sim a prejudicar.

A falta de autonomia é evidente. A falta de responsabilização é notória. A liberdade é, muitas vezes, descontrolada. Os valores são pouco trabalhados. Tudo isto porque os níveis de exigência, principalmente ao nível familiar, têm vindo a baixar, e por vezes, começam a ser preocupantes. E quando são baixos ao nível familiar, também o são, depois, na escola e, mais tarde, até certo ponto, na sociedade.

Só que as facilidades que, de um modo geral, são proporcionadas enquanto se estuda, começam a diminuir quando se termina o secundário e à medida que se vai entrando pelo superior ou se quer enveredar pelo mercado de trabalho.

E as noções de dificuldade, de responsabilidade, de autonomia que não foram bem trabalhadas vão começar a fazer falta, porque, de repente, fica-se na dependência dos pais, ou em circunstâncias piores, numa situação de frustração que pode, facilmente, conduzir ao desânimo e a consequências graves.

É certo que há sempre a possibilidade de protestar, reivindicar e criticar! E ainda bem!

É um privilégio que não se tinha num passado recente e que, por precioso que é, deve ser bem usado e não desperdiçado.

Apesar de não ser a cura milagrosa que, por vezes, nos anunciam ajuda a que muitas consciências não adormeçam!

O último programa televisivo do prós e contras sobre os problemas da geração que procura emprego deixou claro que:

- Esta é a geração que tem mais qualificação académica. O que não significa que tenha mais qualificação profissional.

- Nota-se que há desadequação entre os cursos superiores e a exigência do mercado de trabalho. Logo, não há concertação entre universidades e empresas.

- Esta geração tem que estar pronta para exercer um trabalho que nada tenha a ver com a sua formação. Tem que ganhar uma mentalidade de adaptação às circunstâncias para que pode não estar preparada.

- Há cursos superiores que parece que só existem numa lógica de negócio, já que não têm saída na vida prática.

- O mercado de trabalho deixou de ter um âmbito nacional e passou a ter uma amplitude, pelo menos, europeia. É preciso que, desde cedo, os jovens comecem a ser mentalizados para isso. A família tem que rever o âmbito da sua ação protetora e a escola tem que incutir isso no espírito dos seus alunos.

- As condições de trabalho vão sendo cada vez mais precárias, porque, também se disse, a rigidez das nossas leis laborais não permite que os despedimentos sejam mais fáceis de modo a permitir que os mais velhos dêm lugar aos mais novos, já que não há trabalho para todos. Não se percebe como é que se resolve um problema com a criação doutro!

- Parece que vamos ter de recuperar profissões antigas que foram desprezadas, ou inventar novas profissões que permitam diminuir a necessidade de importar tudo e mais alguma coisa e criar mais emprego.

Resumindo e concluindo:

Parece que temos que mudar muitas mentalidades e atitudes! Na família, nas escolas, nas empresas, nas pessoas, em cada um de nós!

De uma vez por todas!

Para que não andemos, eternamente, à rasca!

 

 

O.C.

06.03.11

SCUT's


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Não tenho informação suficiente para saber os verdadeiros fundamentos para a decisão de construir a autoestrada A ou B e dar-lhe o estatuto de scut.

Presumo que se fizeram estudos sérios que levaram à conclusão de que eram necessárias ao desenvolvimento das regiões onde se inserem; não sei qual foi o prazo estimado para deixarem de ser sem custos para o utilizador, mas, a avaliar pelo que se disse, seriam scut enquanto as tais regiões não atingissem o nível de desenvolvimento adequado e não deixariam de o ser enquanto não houvesse vias de comunicação alternativas capazes.

Tão pouco sei se as parcerias feitas para assegurar os custos do pagamento da sua construção foram devidamente acauteladas, mas presumo que o não foram e que se transformaram em mais um mau negócio para o erário público.

Sei que o estado miserável a que a nossa economia chegou faz com que todas as verbas sejam poucas e também sei que a falta de palavra dos nossos políticos faz com que o que hoje é branco, amanhã seja preto, ou de outra cor qualquer, conforme as conveniências.

E se algumas vezes se entende que se falte à palavra dada, porque o que era suposto acontecer de determinada maneira, não aconteceu como previsto, já não se consegue compreender a mediocridade do discurso, a falta de respeito por quem, afinal, terá que pagar tudo o que tiver que ser pago, que somos todos nós, como menos ainda se poderá aceitar a hipocrisia de uns políticos palradores que, diariamente, nos bombardeiam com o seu jogo de palavras ocas, com o seu ar inocente e angelical de quem não tem nada a ver com o que está a acontecer, e que a culpa é sempre do outro.

Foi confrangedor ver e ouvir, hoje, a troca de galhardetes entre o PSD e o Governo, sobre a introdução de portagens pagas nas, até agora, autoestradas scut.

O Governo, pela voz do 1º ministro, a dizer que a isso foi obrigado, por imposição do PSD para viabilizar um acordo qualquer.

O PSD, pela voz de um sr, de que não sei o nome, a dizer que o seu partido sempre foi pelo princípio do utilizador pagador e que a culpa de tudo é do Governo que conduziu o país à situação que se vive e que se assinou um acordo tem de o cumprir.

O que me ocorre, perante esta conversa, resume-se numa palavra: hipocrisia.

De um, porque se tinha assumido o compromisso de manter as autoestradas scut enquanto fossem necessárias, só tinha que criar as condições, mínimas que fossem, para que pudessem deixar de o ser, e explicar isso bem, ou, não podendo, não aceitava a imposição que lhe foi feita.

Do outro, que se vale da situação cómoda de não ser executivo, faz demagogia com o princípio de utilizador pagador, quando sabe que isso soa bem a alguns, sabendo ainda melhor que esse dito princípio não passa de um embuste e que, enquanto o seu partido foi governo nunca o cumpriu, nem o cumprirá noutras situações, quando voltar a ter responsabilidades governativas. Não porque a sua ideologia o não puxasse para isso, mas, muito simplesmente, porque (já) não é possível. Felizmente!

 

O.C.