25.08.10
Horror na autoestrada
ouremreal
Enquanto automobilista, não sou grande apreciador de viagens por autoestrada.
Por várias razões, incluindo o preço.
É uma condução monótona, perigosa e enfadonha.
A grande vantagem será o tempo que se poupa; para quem tem pressa, claro.
Mesmo assim, continuo a ser utilizador. Mais do que gostava!
Ao ver as imagens do último acidente na A25, senti-me, uma vez mais, afetado pelo sentimento de horror que aquele cenário transmite, não só porque detrás do visível está o incalculável sofrimento humano e a lamentável perda de vidas, mas também porque veio ao de cima a sensação que me “atormenta” quando viajo numa autoestrada cheia e olho para os “rails”de proteção (?) que inviabilizam qualquer hipótese de fuga, em caso de emergência. O que é suposto servir para proteger, e será por essa razão que lá estão, pode transformar-se, num abrir e fechar de olhos, numa armadilha mortal ao impedir que se possa fugir ao embate. Daí, pensar que as autoestradas deveriam ter um outro perfil ou traçado de modo a que:
- A distância entra as duas faixas (zona central) fosse suficientemente larga de modo a permitir a sua utilização pelos meios de socorro e dificultar a passagem de viaturas em despiste para a faixa contrária;
- O “rail” de fora, o da direita para o nosso sentido de trânsito, fosse retirado e substituído, sempre que as condições do terreno fossem propícias, (e deveriam sê-lo, o mais possível), por uma zona de travagem de velocidade;
E, já agora, o mais importante:
- Uma vez que não é possível limitar a velocidade dos carros, porque os construtores dos automóveis não deixam, e o apelo às consciências dos condutores é uma utopia, deveriam ser criados dispositivos legais que permitissem o controlo de velocidade das viaturas e os prevaricadores, na primeira portagem de saída, ficarem com a viatura e carta de condução apreendidas por um período de tempo proporcional à infração, para além da coima adequada.
Mesmo que eu seja o primeiro contemplado, porque estou longe da santidade…
- E a velocidade máxima permitida deveria estar adequada às condições da via, condições meteorológicas e intensidade de tráfego, pelo menos. Estipular 120 Kms/hora, sem mais, não faz sentido nenhum. 80 Kms com chuva, ou com nevoeiro, qualquer situação de pavimento escorregadio ou falta de visibilidade podem ser bem mais perigosos do que 130 com boas condições. Toda a gente sabe que assim é.
Os placards avisadores/informadores da autoestrada deveriam servir para muito mais do que servem presentemente.
Não direi que, desta forma, o problema se resolvesse, mas não duvido que se melhorasse. E muito!
O.C.