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OuremReal

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28.07.09

Para o Agroal, já!


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O Agroal que me habituei a conhecer foi sempre um lugar abandonado, desprezado, mal tratado.

O Agroal que vi há pouco tempo ia a caminho de ser um lugar arrumado, cuidado e agradável de frequentar, principalmente em dias que não coincidam com fins de semana.

Na curta visita deu para perceber que havia construções antigas, aparentemente em mau estado, a destoar do conjunto.

Não deu para perceber como estava, em termos de infraestruturas de apoio aos eventuais frequentadores; muito menos que faltava a mais que básica instalação sanitária.

Estou a fazer fé no que li, porque, de facto, não fui confirmar que alguém possa ter tido o desplante de inaugurar aquele espaço, abrir ao público, ou lá o que foi, sem ter pensado que as centenas de pessoas que num fim de semana de Julho ou Agosto ali vão passar umas horas e que, se precisarem de fazer ... ou ... , vão ter de andar encosta acima, ou rio abaixo, atrás ou à frente de uma qualquer árvore.

 

Aproveitando a época que corre, no contexto eleitoraleiro em que vivemos e na perspectiva de que os candidatos autárquicos que vão andando por aí, passem pelo Agroal, deixava-lhes aqui uma sugestão:

Em vez de prometerem que vão fazer, passem à acção e façam. Já!

Cortem nos cartazes, nos almoços, nos jantares, nos quilómetros, no que puderem.

Com esse dinheiro comprem ou aluguém uma daquelas cabines WC, mesmo que tenha de se meter a moeda, e coloquem-na no Agroal. Podem pôr o emblema do partido, o cartaz da campanha, o que quiserem. 

Talvez deixem de vos acusar de andar a estragar dinheiro.

E até pode ser que dê votos.

Pensem nisso!

 

O.C.

27.07.09

O Pias Longas Aeroclube não morreu! (ainda!)


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O Pias Longas Aeroclube é uma associação que foi criada por escritura de Janeiro de 1999 e que está instalada em Sobral, na freguesia de N. S das Misericórdias, concelho de Ourém. Em terrenos cedidos pela Junta de Freguesia, por um período de 50 anos, instalou a sua sede; construiu um hangar onde recolhe os aviões dos seus associados, e outros; foi construindo uma pista de terra batida que já tem perto de 600 metros e, há cerca de um ano, criou e pôs a funcionar uma escola de pilotagem que já formou e continua a formar novos pilotos.

Contudo, apesar de todos os esforços e de terem projectado bem longe o nome da terra e do concelho, não conseguiram, ao que dizem, cair nas boas graças da Câmara Municipal de Ourém, especialmente no que respeita ao anterior Presidente, e vizinho, David Catarino, a quem apontam como o principal culpado da situação criada com a autorização dada para a instalação do parque eólico.

Durante anos, embrulhou, complicou, dificultou, pediu projecto, meteu projecto na gaveta, criando, por um lado, falsas espectativas à Associação, enquanto, por outro, ia negociando o parque eólico e informando a autoridade aeronáutica da "inviabilidade" do Aeroclube; acabou mesmo por limitar a autorização de funcionamento da pista ao final do corrente mês de Julho. 

O que não deixa de ser curioso é constatar que o Presidente da Junta de Freguesia, sendo um dos fundadores do Aeroclube, acabou por assinar um contrato com a empresa eólica o qual, para além de não salvaguardar os bens e interesses da associação, pura e simplesmente inviabiliza o uso da pista comprometendo toda a actividade do Aeroclube.

Durante a última reunião da Assembleia Geral do Pias Longas, o Presidente da Junta de Freguesia de N.S. das Misericórdias ter-se-á declarado enganado por promessas que lhe foram feitas, disse-se pressionado no sentido de assinar o contrato, acusando o próprio advogado da Junta de lhe ter dado a assinar um documento de cujo conteúdo não tinha perfeito conhecimento.

Quem também não terá ficado muito bem na fotografia é a própria Direcção do Aeroclube que parece ter acreditado em "histórias da carochinha" ou terá esperado que o milagre acontecesse; e não aconteceu! O silêncio por que optou não terá gerado qualquer benefício para a associação; antes pelo contrário!

Foi neste contexto, e num clima um tanto pesado, que se realizou, no passado fim de semana, a festa anual do Pias Longas Aeroclube - muito entusiasmo, muita gente, muitos aviões, muitos baptismos de voo, acrobacias, como se pretendia ( só os paraquedistas não saltaram, porque o vento não deixou )  - mas, no pormenor das conversas com os associados, era evidente o sentimento de revolta e indignação e a sensação de se estar na festa da despedida.

Há quem se recuse a aceitar que o PLAC acabou. Os optimistas acreditam sempre que aconteça o milagre! Mas, para os mais pessimistas, se não está morto, está, pelo menos, em coma.

E as entidades responsáveis pela situação - Câmara Municipal e Junta de Freguesia - lá tinham os respectivos Presidentes no almoço, o que não deixa de ser irónico.

Não sabemos se a empresa eólica, Alto da Lagoa,SA. estava ou não representada.

 

E das muitas conversas, continuaram a sobressair as dúvidas do costume:

 

- O que levou David Catarino a nunca apoiar o Pias Longas Aeroclube?

- Por que motivo não se compatibilizou o funcionamento da pista com a localização dos aerogeradores se, afinal, era tão fácil? Quem não soube, ou quem não quis negociar?

- Por que é que o parque eólico que está "em cima" do Pias Longas Aeroclube, na localidade de Sobral, se chama parque eólico do Bairro?

- O que terá levado o advogado da J.de Freguesia a pressionar para que aquele contrato fosse assinado?

- Quem são, afinal, os accionistas da empresa eólica?

 

Pode ser que o tempo vá esclarecendo ou, então, que tudo vá perdendo importância e até nem valha a pena continuar a pensar nisto.

 

O.C.

25.07.09

Ourém autárquico


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A discussão acerca das próximas eleições autárquicas está, como era previsível, a escorregar para o lado pantanoso da questão, ou seja, não se discute o que importa e desconversa-se sobre o que não interessa; apregoa-se o fair play e a salutar convivência democrática e acaba-se na acusação, na insinuação, na ofensa e, por aí adiante. 

Mas isto não acontece só nestas eleições! É mais ou menos assim em todas. Enquanto as pessoas se entretêm a discutir o nada, o importante, os projectos dos candidatos, as suas propostas e os seus comprometimentos para os futuros 4 anos, nada disso é discutido! O confronto sério não existe, para que, comparando, depois, se possa escolher!

O que não é um problema de eleições; tão pouco da democracia! É, de facto, um problema de educação, de cidadania!

É claro que eu não sei quem paga os cartazes do sr Paulo Fonseca ! Nem quem paga os do sr Vitor Frazão ! Nem quem paga os almoços, nem as deslocações, nem os automóveis para essas deslocações, nem  os telemóveis, nem o aluguer das salas da campanha dum ou os jantares da campanha do outro ! Nem me interessa saber se a sede de campanha do sr Vitor Frazão é de 4 assoalhadas com vista para o mar, ou se a do sr Paulo Fonseca custou caro ou barato ou se lhe foi oferecida !

Mas duma coisa tenho a certeza: tanto nesta campanha, como nas anteriores, como entre campanhas, o orçamento municipal não suportou despesas do sr Paulo Fonseca nem do partido que o apoia! 

Tão pouco quero saber se as escolhas dos candidatos foram pacíficas ou conflituosas ! Se o sr A foi preterido em favor do sr B; Se a srª Y estava para levar os patins e foi salva in extremis; se os jogos de interesse pessoal ou de facção, dentro dos partidos, foram mais ou menos dolorosos! Problemas "tribais", simplesmente!

Se a drª X andou a bater palmas ao PS e acabou na lista do PSD é um problema dela e deles (dos partidos)!

É absolutamente irrelevante que os candidatos de um sejam altos ou baixos e os do outro sejam gordos ou magros, tenham bigode ou não tenham!

Confesso que nada disto se encaixa no meu conceito de política, propriamente dita.

Quando muito, trata-se de folclore politiqueiro que serve para entreter, desviar e adormecer!

O que importa é o produto final, ou seja, quem são os escolhidos e o que valem!

O que eu sei e todos os oureenses sabem é o que se tem passado nos últimos 33 anos de governação autárquica no nosso concelho, com cerca de 30 da responsabilidade do PSD e os outros do CDS e PDC. Isso sabe-se! Ou, pelo menos, vêem-se os efeitos!

O que me interessa/interessaria saber é/era se vamos ter mais do mesmo ou se, finalmente, o concelho de Ourém acorda e se transforma!

Se, finalmente, aparece alguém que saiba fazer, e bem, sem olhar a quem!

Se, finalmente, aparece alguém que não seja só, ou principalmente, militante, mas que seja, de facto, praticante, das virtudes, capacidades e atributos com que todos se auto elogiam.

Termino com um apelo aos políticos, ou aspirantes a políticos, do concelho; todos; esquerdas e direitas; do meio, dos extremos, dependentes, independentes e o que mais houver:

Mostrem os vossos programas, as vossas propostas; discutam-nas! Com seriedade!

O concelho de Ourém merece muito mais do que aquilo que lhe tem sido dado!

Ponham, de uma vez por todas, na vossa agenda diária:

seriedade, honestidade, solidariedade, competência e transparência.

Ou, então, não se metam nisto!

 

O.C.

09.07.09

A Senhora Presidente


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Depois de uns dias sem "informação caseira" acabo de dar uma passagem pelas "últimas" que me chegam pelo jornal da terra, "o Ourém e o seu Concelho" e retenho algumas passagens da entrevista da Senhora Presidente que li sem surpresa. Nem pelo que li, porque ela o disse; nem pelo que ficou por dizer, porque ela não o quis dizer.

Deolinda Simões é mesmo assim! Gosta do que faz; dedica-se, totalmente, ao que faz; é corajosa e determinada; e também gosta de protagonismo; o que, não sendo, de todo, um defeito, é, isso sim, um exercício que envolve algum risco; é claro que o risco do seu protagonismo, para o bem e para o mal, está perfeitamente blindado pela actual composição da Assembleia Municipal, onde a mais do que confortável maioria social democrata, a resguarda dos mais do que certos dissabores com que teria de conviver se assim não fosse.

É pena que, no seu exercício, tenha permitido que a Assembleia Municipal não tenha sido o órgão deliberativo responsável, com ideias e vontades próprias, como deveria ter sido, e a tivesse deixado escorregar para a área do domínio e controlo do executivo; David Catarino, enquanto Presidente da Câmara Municipal, foi, directa e indirectamente, o protagonista privilegiado das reuniões da A.M.; as suas vontades políticas orientaram, claramente, as deliberações da Assembleia; percebe-se porquê; mas as A.Ms. não existem para se subordinarem aos executivos municipais, ou então não vale a pena existirem.

Acha "compreensível" que os Presidentes de Junta procurem não "confontar" a vontade do executivo. Nada de mais "incompreensível"! Então onde está a liberdade de expressão? Onde está a separação dos poderes? Porquê a subordinação dos Presidentes de Junta ao Presidente de Câmara? Então se o P.J. contrariar as vontades do P.C. corre o risco de levar "raspas" para a sua freguesia?  Nada mais democrático! E o que é que, em que medida é que o P.C. tem a ver com o que se passa na A.M. ?

Mas se não posso aplaudir a sr.ª Presidente, enquanto tal, não posso deixar de reconhecer a sua coragem e a determinação com que ataca as adversidades. Aqui tem o meu aplauso!

E, já agora, aproveitando a conjuntura:

A sr.ª Presidente tem a certeza de que, no seu partido, não estará ninguém a preparar-se para lhe "fazer a folha"?

 

O.C.

 

04.07.09

O gesto e as palavras


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Quando vi o gesto do ex-ministro, na Assembleia da República, a fazer, com os dois indicadores, qualquer coisa parecida com um par de chifres, pensei: o homem passou-se!

Contudo, depois de terminado o debate sobre o estado da nação; depois de ter reflectido sobre tudo o que ouvi durante esse debate e, principalmente, no final, com todos os representantes dos partidos políticos a manifestarem tanto incómodo, tanta indignação com o gesto de Manuel Pinho, mesmo sem eu saber o que ele quis dizer com o tal gesto,concluí que:

- aquele gesto pode ter sido muito menos ofensivo do que muitas das palavras que, por vezes, são ditas na A. da R.;

- aquele gesto prejudica muito menos o país do que muitas das decisões que são tomadas naquela casa;

- a hipocrisia, a falsa moral, a cândida inocência, o tom de suspeição/acusação que enforma alguns dos discursos com que somos presenteados  incomodam muito mais do que o gesto do ex-ministro;

- na minha opinião, a A. da R. não é, nunca foi, duvido que alguma vez seja, a casa de todas as virtudes que se quer fazer crer;

- nenhum deputado, qualquer que seja, não pode ser transformado no ser supremo a quem se permita dizer, impunemente, à sombra das mais celestiais imunidades, as barbaridades que lhe vêm à cabeça; porque o facto de ter sido democraticamente eleito, não lhe pode conferir o democrático direito de ofender alguém, que, também democraticamente, só possa ser obrigado a ouvir e calar. 

 

De facto o gesto não foi bonito! Nem feio! Devia ter sido evitado!

Tal e qual como muita da conversa inútil que por lá se ouviu!

Mas, se o gesto quis dizer o que me apeteceu dizer no final daquilo tudo...então, sr. 1º ministro, o sr. cometeu mais um erro: um não! dois:

1º - não devia ter pedido desculpas a ninguém;

2º - não devia ter aceite a demissão do ministro.

 

Porque, de facto, aquilo tudo não valeu um caracol...!!!

 

 

O.C.