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OuremReal

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27.10.08

O túnel


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O concelho de Ourém está a debater-se com um problema grave. Diria, mesmo, gravíssimo! Num concelho que tem tudo, de tudo, onde não falta nada, em que as 18 freguesias são o exemplo acabado de como é, de como deve ser, uma gestão municipal exemplar, equilibrada, de progresso, rigor  e modernidade, de sustentabilidade, de planeamento a curto, médio e longo prazo, de extrema preocupação com o cumprimento de tudo o que seja normativo legal, como é possível estar comprometida a construção do túnel por onde deveria passar a Av. D. José Alves Correia da Silva, na cidade de Fátima ?

Só porque, alguém, animado de malévolos sentimentos, (só pode ser !), ousou apresentar, junto do Tribunal Administrativo de Leiria, um qualquer requerimento, ou coisa parecida, que está a impedir a aprovação de um plano de pormenor para aquele local, que só servia para ultrapassar o impedimento imposto pelo Plano Director Municipal.

Alguém que não compreende que aquela obra não é, apenas, imprescindível; é, sobretudo, urgente ! Urgentíssima ! Porque os militares da GNR do destacamento local têm mais que fazer do que estar ali especados a ver quem passa primeiro, se os peões que não fazem mais nada senão andar de um lado para o outro, ou os automóveis que andam de cá para lá e de lá para cá como se a gasolina fosse ao preço da chuva !

Alguém que não percebe nada de urbanismo e acha que a nova igreja foi construída em cima da avenida, porque não cabia no recinto até ao Santuário!

Alguém que desconhece, em absoluto, tudo o que se refere a segurança rodoviária e não percebe a importância que aquele "esse" tem para desmotivar os ímpetos dos aceleras que circulam naquela avenida !

Alguém que não entende que os milhões que se iriam gastar não fazem falta nenhuma aos cofres públicos, nomeadamente aos municipais, muito menos falta fariam aos cofres do Santuário que fez a nova igreja com os seus milhões e ninguém tem nada a ver com isso !

Alguém que não tem noção nenhuma do que é um PDM e para que serve, assim como também não sabe o que é um plano de pormenor, para que serve e a quem serve !

Alguém que não conhece este " concelho de novos horizontes" e que pensa que a freguesia de Fátima, lá porque tem, ou vai ter, um aeroporto, já não tem que ter um túnel rodoviário !

Alguém que nunca foi à Madeira e não viajou pelos túneis que o Dr. Jardim mandou fazer com o nosso dinheiro e não sabe como é maravilhoso andar debaixo do chão !

E mais...

Ainda não temos nenhum túnel rodoviário no nosso concelho ! E o primeiro tem que ser em Fátima !

E depois não querem que o Sr. Presidente ande mal humorado !

E se ele se vai embora antes do fim do mandato ?

Depois queixem-se... !!!

 

O.C.

 

13.10.08

Que função pública?


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O actual governo anunciou, no início do mandato, que reestrutaria a função pública, em geral, e as carreiras especiais, em particular. Até aqui, nada a opôr, embora estas intenções, assim feitas de modo tão genérico, sejam sempre perigosas e, muito mais, quando se trata de política, onde o branco nem sempre é claro e o preto até pode ser azul. 

A intenção, desde cedo anunciada, de permitir apenas uma nova entrada por cada duas saídas, de modo a reduzir a função pública em 75 mil funcionários, pressupunha uma tarefa difícil e que despertava muita curiosidade, porque fazer melhor com menos pessoal, requer que se definam princípios, objectivos, critérios, metodologias, tempo, muito trabalho, muito conhecimento das estruturas e da sua dinâmica, e respeito pelas pessoas. A primeira coisa que se esperava era que se dissesse para que servem os funcionários públicos, ou seja, que serviços é que o Estado, com os seus próprios meios, pretende garantir aos Portugueses; a segunda seria saber quantos funcionários seriam precisos para garantir esses serviços; depois, que tipo de funcionários; quais os mais capazes e os mais disponíveis para eventuais "reciclagens", para adaptação a novas funções, eventualmente; e, ainda, os que estariam disponíveis para transferência de serviço ou mesmo para se aposentarem. Depois de se conhecerem estes números, e depois de se garantir a prestação do tal serviço público, eficiente e eficaz, seria fácil saber quem estava "a mais". E este "a mais" é, de facto, o segundo grande problema e o que põe em evidência a capacidade de se ter respeito pelas pessoas, principalmente por aquelas que sempre se dedicaram e esforçaram e que não têm culpa nenhuma de estar a mais.

Mas, tanto quanto se percebeu, tudo começou mal, quando se passou para a opinião pública a ideia de que todo o mal estava nos funcionários que, ou não eram suficientemente qualificados, ou não trabalhavam quanto deviam, ou faltavam muito, ou não sei mais o quê; sem nunca se ter a honestidade de dizer que os funcionários públicos sempre foram o que os responsáveis pelo sector quiseram que eles fossem, ou consentiram que eles fossem; sem nunca se ter a humildade de reconhecer que, ao longo de décadas, e por acção de sucessivos poderes, a função pública tem sido campo fértil para tudo quanto é "comissário político", muitos deles incompetentes, que mandam e desmandam, hoje assim, amanhã assado; sem nunca se ter a seriedade de dizer que nunca foram os funcionários que fizeram as leis que regulam a função pública, mas que, com maior ou menor dificuldade, sempre se adaptaram a elas e, de um modo geral, as cumpriram e fizeram cumprir, como lhes competia. 

Naturalmente que, como em tudo na vida, também haverá excepções; mas, para esses casos, também há, sempre houve, um estatuto disciplinar que serve, exactamente, para ser aplicado; assim haja competência e moralidade para tal!

E continuou mal, quando ninguém percebeu qual foi, de facto a reestruturação, o quê, o porquê e o para quê. Vai sobrando a confusão, a conflitualidade, o descontentamento. Não se sente a tal eficácia que se apregoava. Não se sabe quantos estão a mais, nem por que é que estão a mais, como também não se sabe, com rigor, os que são precisos, simplesmente, porque também nunca ninguém disse, com clareza, qual a extensão do tal serviço público.

Prevalece um quadro de mobilidade que era suposto ser um instrumento que salvaguardasse o respeito pelas pessoas, mas que, a avaliar pelo descontentamento reinante, deverá estar a produzir um efeito inverso, ou mesmo perverso.

 

 

O.C.

07.10.08

O nosso "cavalo de Tróia"


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Quem não se lembra da lenda do cavalo de Tróia que os livros da história antiga nos contavam como um dos episódios das guerras que opuseram Gregos a Troianos?

Trata-se, no fundo, de mostrar como a astúcia de uns pode vencer a força de outros. Os Gregos, depois de um prolongado cerco a Tróia, constataram que eram incapazes de conquistar a cidade pela força. Desistiram, aparentemente, mas, na retirada, deixaram  junto às muralhas, um enorme cavalo de madeira, em cujo interior, esconderam um grupo de guerreiros, na esperança de que estes pudessem entrar na fortaleza e abrir caminho aos restantes para o assalto. Como em todas as lendas, o que era suposto acontecer, aconteceu. Os troianos consideraram a retirada do inimigo como uma vitória, festejaram efusivamente e levaram para o interior das muralhas o cavalo que consideraram como um troféu dessa vitória. O resto já se adivinha: durante a noite, os guerreiros saíram do interior do cavalo, aproveitaram o estado pouco vigilante da euforia dos troianos, mataram as sentinelas, abriram as portas da fortaleza e os Gregos entraram e conquistaram Tróia. 

Simples, fácil e eficiente! Pelo menos é o que parece a tantos séculos de distância!

Mas o que importa retirar desta história é que foram os Troianos, com a sua distracção, que levaram para dentro da cidade a sua própria destruição.

Pois bem, ressalvadas as devidas distâncias e diferenças, é um pouco disto o que parece que se está a passar com o concelho de Ourém.

Enquanto não puderam escolher os seus autarcas, nada podiam fazer, tinham que esperar que o destino lhes desse alguém, suficientemente dedicado e sério, que se preocupasse com os verdadeiros interesses do colectivo e não pusesse em primeiro lugar a sua própria sobrevivência política, os seus interesses, pessoais ou de grupo.

Mas, quando lhes foi dada a oportunidade de escolher, nem sempre se mostraram clarividentes para avaliar a acção dos seus eleitos e reformular, em actos subsequentes, os seus critérios de escolha.

A conclusão a retirar é uma dúvida de hipótese múltipla:

Ou os oureenses andam preocupantemente distraídos; 

Ou desinteressados;

Ou intelectualmente manipulados;

Ou, a crise de valores (de gente capaz) é tal, que não têm alternativas.

Ou, então, está tudo errado, e a democracia é uma coisa diferente do que era suposto ser.

Vem isto a propósito do que por aí se anuncia sobre a eventual candidatura à presidência do Município, nas próximas autárquicas, do actual vice-presidente, fundador e activista do movimento separatista "Fátima a concelho". Se essa candidatura tiver, ao que tudo indica, o apoio do Partido a que pertence, o PSD, a sua eleição corre o risco de acontecer, conhecendo-se, como se conhece, o habitual comportamento do eleitorado do concelho.

Então teríamos o nosso "cavalo de tróia" instalado e pronto a pôr em prática a velha máxima de " se não consegues vencê-los, junta-te a eles ", para, na primeira oportunidade, na primeira distracção, termos Fátima no topo e o resto do concelho a assistir. Já está assim acontecendo por acção da maioria do actual executivo municipal, mas, com aquela hipótese, tudo seria diferente e mais rápido.

É preciso deixar claro que reconheço ao vereador e vice-presidente Vitor Frazão todo o direito e legitimidade de se candidatar, de liderar o movimento que entender e defender a sua terra. Reconheço todo o empenho que demonstra nas causas em que participa, a sua determinação, a sua ambição, (porque também é preciso ter ambição), mas não sou a favor da causa fatimense, ou seja, embora reconheça que Fátima, por razões sobejamente conhecidas, possa ter um estatuto próprio no contexto concelhio e nacional, não aceito que isso possa ser conseguido com prejuizo do resto do concelho.

Se pudesse fazer um apelo, aos eleitores do concelho de Ourém, de modo a que o lessem e sobre ele meditassem, fá-lo-ia. Como não consigo ir tão longe... resta-me a esperança de que não se comportem como os tróianos na antiguidade!

 

O.C. 

 

 

 

07.10.08

Fogo "ao domicílio" e muita confusão


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Assim foi, de facto. Desta vez não foram os bombeiros de Ourém que tiveram de ir apagar o fogo, mas sim o fogo que veio até eles para ser apagado. Ontém, à tarde, mais ou menos 5 da tarde, um camião a arder parou em frente ao quartel, em chamas e ... foi só meter mãos e mangueiras à obra e apagar. Insólito, mas real !

Mas, para além de todo o aparato, o que mais impressionou foi a confusão que se gerou com o trânsito completamente caótico, já que, como se compreende, foi cortada a circulação no troço da Avenida Nuno Álvares Pereira, entre o quartel dos bombeiros e o cruzamento com a rua dos Álamos. O caos que se gerou demonstra, uma vez mais, o que está sobejamente demonstrado:

- É urgente retirar do centro da cidade o trânsito de passagem;

- É urgente melhorar a sinalética dentro da cidade, para que, quem não conhece, se possa orientar;

- É urgente encontrar pessoas capazes de resolver situações imprevistas, no mais curto espaço de tempo, que tenham um conhecimento aprofundado da estrutura viária e do regulamento de trânsito que temos,  que sejam capazes de  tomar decisões, depressa e bem (ou, pelo menos, de modo a causar o menor incómodo possível a quem por aqui passa).

Cortar o trânsito, mesmo por razões absolutamente justificáveis, e deixar que, a seguir, cada um se "desenrasque" é que não parece correcto.

 

O.C.