Autarquias - Que a actual lei autárquica não é grande coisa, parece que já todos perceberam. Porque concede demasiados poderes ao executivo municipal, principalmente ao seu presidente. Porque transforma o órgão deliberativo - Assembleia Municipal - num órgão que não serve para nada. Porque faz das Juntas e Assembleias de Freguesia um brinquedo nas mãos dos executivos municipais. Porque, sei lá mais o quê!?
E, quando se poderia pensar que, a haver uma revisão desta Lei, fosse no sentido de obrigar a uma maior transparência e democraticidade, com as populações a serem devidamente informadas e a perceberem como tudo é gerido; com um órgão verdadeiramente fiscalizador da acção do executivo municipal; com outro orçamento e mais competências para as freguesias; com a proibição dos mesmos indivíduos se eternizarem neste jogo de interesses; com a responsabilização de cada um pelos actos que pratica de modo a acabar com a impunidade reinante...
Eis que os dois maiores partidos políticos portugueses, PS e PSD, manifestam outras preocupações e preparam-se para inventar uma nova forma de democracia. Ou seja: numa eleição autárquica, o partido que tiver mais votos tem direito a metade dos vereadores mais um, o que significa maioria absoluta; mesmo que os votos dos outros partidos concorrentes sejam em maior número. A ser assim, é caso para se perguntar: mas que raio de democracia é esta?
BCP - De bancos, banca, banqueiros não percebo nada. Para além do que se constata a olho nú - lucros fabulosos ao fim do ano, dar um chouriço em troca de um porco gordo, gente que não resiste a tanta oferta e que se endivida até à raiz dos cabelos, crédito disto, mais daquilo, cartão para a direita, cartão para a esquerda, compre agora (mesmo que não precise) e pague depois - para além disto, fico-me pelo economês de trazer por casa e que diz, muito simplesmente: se só tens cinco, não gastes seis, de preferência só quatro, se não puderem ser três. Como não percebi o motivo por que, na reunião de Assembleia Geral, os grandes accionistas, poucos em número, mas com muitas acções e votos, preferiram votar num candidato que vinha da concorrência, enquanto os pequenos accionistas, muitos em número, mas com poucas acções e poucos votos, escolheram os dois salvadores dos desprotegidos e ameaçados. Como também não percebi por que Miguel Cadilhe e Bagão Felix , no final, estavam tão felizes com os 2,7 por cento de votos que conseguiram. Como não entendi por que é que Joe Berardo andava com o boné com a pala virada para trás, em vez de andar com a pala virada para a frente. Seria um problema de eurónios?
Campo de Tiro de Alcochete - É a nova novela de rádios e televisões que vai ser como aquela pilha que nunca mais acaba - dura,dura,dura...que até chateia. E a Ota também não morreu. Ou melhor, morreu, mas ainda mexe. Porque, agora vão começar os episódios dos enganados, dos espoliados, dos desprotegidos e abandonados do oeste e do far-oeste. Melhor dizendo, dos que, por estarem perto da Ota, dentro da zona afectada pelos impedimentos resultantes da reserva a que o hipotético aeroporto obrigou, e os que, bem longe dali, nada sofreram, para além da desilusão. Estes são os do far-oeste, sem índios, mas onde alguns cowboys se preparam para o ataque. Aqueles sim, se foram prejudicados, só têm que ser recompensados.
E depois de tantos anos de " Ota é que é bom"; depois de tantos governos e desgovernos; depois de tantos estudos e contra-estudos; depois de tantos milhões gastos (estragados?); depois de datas de inauguração anunciadas; depois de tantas crianças mal alimentadas; eis que das trevas se fez luz! O capital, (anónimo) que não dá ponto sem nó, teve uma ideia luminosa. Apresenta o estudo, o estudo é comparado ao que já estava aprovado e ganha. Pronto! Simples, prático e eficiente. Ele há coisas...!
Parece que foi milagre!
O.C.