Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

OuremReal

OuremReal

13.06.07

As entradas da cidade


ouremreal

Tenho uma dificuldade enorme em identificar os limites da cidade de Ourém, ou seja, não sei mesmo onde começa e acaba. Assim sendo, o que, neste escrito, vou designar por Ourém tem o mesmo contorno geográfico do que se chamava Vila Nova de Ourém.

A cidade de Ourém é atravessada por duas estradas nacionais: no sentido nascente - poente pela n.º 113 (ligação Tomar - Leiria) e, no sentido sul - norte, pela n.º 349 (ligação Torres Novas - Memória).

Se a cidade, no seu interior, tem pouca beleza natural, tem menos ainda no plano urbanístico, com ruas estreitas, prédios desproporcionadamente altos em muitos casos, falta de passeios, casas em ruinas, bermas por limpar, fachadas mal cuidadas, falta de gosto em projectos como a rotunda do Ribeirinho e a praça central, perto da Igreja, a fazer lembrar a parada de um quartel militar, descaracterização da parte antiga, um ordenamento de trânsito que não se entende, um estacionamento automóvel caótico, com carros em cima dos passeios e os peões a terem que andar pela rua. Salva-se o chamado parque linear, junto ao rio - uma zona agradável que precisa de uma maior dinamização e muita vigilância para que não fique degradada dentro de pouco tempo.

Mas, voltando às duas estradas nacionais que se cruzam na cidade e que são os corredores de entrada ( e saída, obviamente ), também não nos têm proporcionado nada de muito agradável, tanto para quem aqui vive, como para quem nos visita. Em primeiro lugar, porque o seu congestionamento constante já aborrece, é altamente poluidor e é a prova "provada" da incapacidade autárquica em arranjar uma alternativa que retire o trânsito de passagem de dentro da cidade. Em segundo lugar, porque nos têm oferecido um espectáculo demasiado pobre para quem aspira a ter uma cidade, digna desse nome. Felizmente essa pobreza tem vindo a esbater-se um pouco. A entrada norte melhorou com passeios empedrados e asfalto novo; a entrada poente melhorou com o a rotunda junto ao hipermercado, o alargamento da ponte, asfalto novo e mais uns metros de passeio empedrado, mas as entradas nascente e sul teimam em degradar-se. Em especial a entrada sul; quem vem do lado de Torres Novas encontra um pavimento irregular e esburacado a pedir uma intervenção rápida. Eu sei que não estamos em época de eleições...mas mesmo assim não deixaria de ser oportuno o arranjo do pavimento.

 

O.C.

09.06.07

Rua de Castela - Ourém


ouremreal

É urgente ir à rua de Castela, na cidade de Ourém, para ver o que se está a passar.

Editais da câmara municipal, datados de 23 de Maio, último, fixados nas portas das habitações do lado esquerdo da rua, sentido poente - nascente, dão conta da expropriação e posse imediata daquelas habitações, por motivo de interesse público.

Casas que estão ali há dezenas de anos, que foram altamente prejudicadas pela construção irregular de um prédio que a Câmara Municipal entendeu deixar construir na frente das mesmas;

Depois dos tribunais terem decidido pela demolição ( nunca cumprida ) do prédio;

Depois de se ter descaracterizado, por completo, aquela zona antiga da cidade;

Afinal, ao que parece, o prédio fica e as habitações mais antigas e prejudicadas é que vão ser demolidas.

Ou seja: o que estava mal (o prédio de 5 pisos), passa a estar bem. Oque estava bem ( as habitações antigas ) passa a estar mal.

Tudo isto a bem do interesse público... !!!

É preciso ver para crer, porque, na verdade, parece ficção!

 

O.C.

07.06.07

O Modelo


ouremreal

Completa-se em Agosto um ano que a Câmara Municipal de Ourém deu autorização para que seja instalado, na sede do concelho, mais um hipermercado - O Modelo. Trata-se de uma estrutura com uma área de implantação um pouco acima dos 17 mil metros quadrados e vai localizar-se na parte noroeste da cidade, mais precisamente no início da estrada do Vale da Aveleira, entre esta estrada e a estrada da Lourinha. Trata-se de uma zona excelente para construção de habitação, dada a sua localização e exposição ao sol, virada a sul - sueste, e que poderia ser um óptimo instrumento para que a autarquia pudesse intervir na urgente regulação do urbanismo desta parte da cidade; não com mais prédios de 5 e 6 pisos, tipo caixote, ruas estreitas e desrespeito pelas mais elementares normas de edificação urbana, mas sim com uma urbanização arejada, moderna, baixa, espaçada,adequada ao espaço e local, com zonas verdes e de lazer, ruas largas e funcionais que permitissem um fácil escoamento do trânsito.

Mas não é nada assim!

Infelizmente, a Câmara Municipal, prepara-se para contribuir, uma vez mais, para o agravamento da qualidade de vida dos oureenses que ali moram.

Tanto quanto sabemos, ainda não foi entregue, o estudo da previsão do tráfego que será gerado pelo funcionamento do hipermercado e seria bom que esse estudo fosse divulgado, atempadamente, para que a população o pudesse apreciar e discutir. Quem conhece aquela zona sabe a dificuldade que já existe na circulação, com a entrada e saída da cidade do lado  poente, com os problemas de estacionamento em cima dos passeios, com os sentidos proibidos, com os sentidos únicos. Se a tudo isto juntarmos o movimento que se adivinha com o acesso ao novo hiper...bem, é fácil adivinhar o pandemónio que vai daqui sair!

Receamos,seriamente, que haja interesses a falar mais alto do que os dos habitantes de Ourém e que a cedência da Câmara, como noutras situações bem visíveis no nosso "estilo" urbanístico, continue a agravar  a já descaracterizada paisagem duma cidade que não tem tido muita sorte com os decisores e as decisões que têm determinado o desenho da sua malha urbana.

O.C.

 

06.06.07

Carta Educativa II


ouremreal

Tal como já dissemos, a carta educativa do concelho de Ourém não é um documento credível, que traduza uma visão estratégica e sustentada do Município no que respeita à educação das crianças e jovens deste concelho. É, de facto, um documento elaborado por encomenda, com a finalidade principal de responder às exigências do Ministério da Educação e poder ter acesso aos subsídios para implementar transportes, almoços, complementos de horários, enfim, aquelas actividades que são da competência e responsabilidade municipal, mas que, sem o dinheiro do Ministério da Educação, não andam.

Daí que ter uma carta educativa assim ou assado, tanto faz !

Veja-se só isto: A Assembleia Municipal, em reunião de 30 de Abril último, aprovou a carta educativa que a Câmara lhe apresentou. Sem saber muito bem o que estava a fazer, mas aprovou. Provavelmente teria aprovado outra versão qualquer...

Em reunião da Câmara Municipal de 14 de Maio último, o vereador responsável pelo pelouro da educação, deu conta que ao tentar passar das palavras aos actos, ou seja, ao tentar pôr em execução a carta educativa que foi apresentada à Assembleia e que esta aprovou, verificou ..." haver vários constrangimentos de carácter social e elevada despesa resultante da duplicação de transportes pelo que foi necessário reequacionar toda a problemática com reorganização dos Agrupamentos e dos territórios educativos..."

Assim sendo, a Câmara Municipal vai pedir à Assembleia Municipal que reuna com urgência para revogar a deliberação que tomou em 30 de Abril e aprovar a nova versão.

Não temos dúvidas de que vai ser aprovada e que as críticas vão cair, inteirinhas, na Direcção Regional de Educação de Lisboa que é a entidade que, neste caso, representa o Ministério.

Uma vez mais fica clara a competência do executivo municipal, o rigor que põe num assunto de tamanha importância e a mais que provável leviandade com que a Assembleia vai, de novo, tratar a questão.

Que fique claro que o Ministério não sai disto sem nódoas ! Está, vergonhosamente manchado ! Não por ter imposto regras ao Município, mas pelo desprezo com que trata as Escolas e quem nelas trabalha ! Mas é no que dá, quando não se tem interlocutores à altura para demonstrarem que os iluminados de Lisboa não têm sempre razão ! E quando se tem que mendigar o subsídio, por mais miserável que ele seja, porque o dinheiro é pouco e nem sempre é gasto da melhor maneira !

O.C.