10.11.08
Ir ou não ir à "manif."
ouremreal
Não fui à "manif." do passado sábado, a Lisboa, onde terão estado 120 mil a protestar contra o governo, apesar do pretexto ser a ministra da educação. Não fui, mas gostava de ter ido.
Contra a ministra da educação que não pára de fazer e dizer disparates ( porque a questão da avaliação dos professores está longe de ser o pior da sua brilhante governação);
Contra a ministra da saúde que já devia ter-se dado conta que as pessoas não entendem nem aceitam que lhes retirem o pouco que têm sem que lhes dêem, em troca, algo de melhor ou, no mínimo, equivalente;
Contra o ministro do trabalho que está tão preocupado com os empresários (pequenos, médios, grandes ou assim,assim) que arranja um novo código de trabalho que, longe de ir salvar as empresas, vai dar cabo de alguma réstia de regalia que ainda sobrava para os trabalhadores, porque o mal não está (só) nos trabalhadores, mas também (e muito mais do que se possa pensar) na impreparação e falta de qualidade dos empregadores e na sua filosofia de vida;
Contra o ministro das finanças que foi tão rápido a salvar e salvaguardar bancos, banqueiros e capitalistas e ainda não teve tempo para dar ordem aos serviços que dirige para não tributarem os aposentados 14 vezes por ano, em vez de 12, nos descontos para a ADSE;
Contra o primeiro ministro que vai dando cobertura a tudo isto e não teve / não tem a coragem de reconhecer que, se não sabe, ou não pode ser aquilo que diz que é, deve, pura e simplesmente, demitir-se.
E como ninguém pedia a identificação dos manifestantes, ser ou não ser professor não era problema; seria mais um naquele mar de descontentamento.
E quando ouço a sr.ª ministra da educação dizer que que este modelo de avaliação vai manter-se, custe o que custar, apetece-me aplaudir, porque será mais um passo para que ela acabe por deixar de ser ministra; espero eu!
E quando ouço o sr. primeiro ministro dizer que há manipulação, que há forças político-partidárias a aproveitar e a capitalizar o descontentamento, que é a oposição a explorar a situação por causa do aproximar das eleições... bem... se esta conclusão não fosse tão triste, dava para rir. Não é que não seja verdade! É claro que isso é verdade! Mas não poderia acontecer, se o descontentamento não existisse! E se o descontentamento existe ( e não é só por causa da avaliação dos professores; repito) o melhor que o sr. primeiro ministro deveria ter feito era explicar, de maneira que se perceba, por que é que tem que ser assim e não pode ser de outra maneira;
E vir para a televisão fazer crer que os professores que foram à manifestação ou foram manipulados ou estão do lado da oposição, é ridículo!
E se se acrescentar que as Escolas, de um modo geral, prosseguem, tranquilamente, com o processo de avaliação dos professores;
E que os resultados escolares dos alunos estão a melhorar, porque os professores estão tão" felizes" com todas as medidas implementadas pelo ministério, que isso se repercute, clara e positivamente, no aproveitamento dos alunos... então o ridículo deixa de o ser e passa a ser outra coisa que eu não sei qualificar.
O.C.