23.05.08
Não concordo !
ouremreal
Ando demasiado preocupado com o aumento constante dos combustíveis ( nem vale a pena falar do resto ) que não tinha dado conta que a doença da bandeira está de volta. Tal como em 2004, o seleccionador nacional de futebol volta a apelar aos nossos portuguesíssimos sentimentos de fervorosos adeptos da Galp e do Modelo para que incentivemos a selecção com bandeiras nas janelas, nas varandas, no carro, no cão, no gato, enfim, por todo o lado.
Peço desculpa! Isto dos combustíveis anda-me a dar volta à cabeça.
Nós não somos nada fervorosos adeptos da Galp e do Modelo. Somos é fervorosos adeptos da selecção, que, por sua vez, tem uns incentivozinhos da Galp e do Modelo que, por sua vez também, nos vendem, bem caro, diga-se, os combustíveis e os papossecos e o resto, para que, no final de cada ano, possam apresentar lucros fabulosos que até lhes permitem apoiar quem lhes apetecer.
Mas não podem é vender os produtos mais baratos. Isso é que não! Já viram o que era esta gente combinar-se e venderem, todos, os combustíveis e os papossecos e o resto mais baratos? Eram imediatamente acusados de cartelização e penalizados, multados, desgraçados de todo. E não sei se não lhes fechavam mesmo as refinarias, os postos de abastecimento e as lojas...Como é que podíamos passar sem eles ???...
Mas veio isto tudo a propósito da bandeira. Para dizer que não concordo com este uso da bandeira nacional. Como não concordei em 2004. Embora eu entenda, mesmo lamentando, que a única causa que parece ser capaz de unir os Portugueses é a selecção de futebol.
O que é muito pouco para um Povo e um País que se querem civilizados em pleno séc. XXI.
Em 2004, com o campeonato da Europa, havia bandeiras por tudo quanto era sítio: varandas, janelas, telhados, quintais, árvores, capoeiras, pocilgas, carros, carroças...
E agora pretende-se voltar ao mesmo?
A bandeira nacional é um símbolo da Nação que deve ser tratado com respeito e usado com dignidade. Não pode entrar neste carnaval, nesta folclorada da bola; não pode ser usada como um farrapo qualquer, mais ou menos colorido, atado no cimo de um mastro, a animar a malta ou a engalanar a esquina da rua.
Penso eu! Mas, pelos vistos, também há quem pense doutro jeito! Ainda bem!
O.C.