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OuremReal

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03.11.14

Os aviões russos


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Não sei, exatamente, onde acaba o espaço aéreo nacional e começa o espaço aéreo internacional; logo, não sei onde pode estar em causa uma “invasão” do espaço aéreo nacional pelos aviões russos, ou se a tal “invasão” foi apenas de um espaço aéreo internacional onde, por isso mesmo, todos podem voar, mas onde a NATO acha que tem de exercer uma particular vigilância. O que se sabe, pelo que foi noticiado, é que os aviões russos andam por aí como lhes apetece, passeando pelo espaço aéreo europeu, numa evidente provocação aos países ocidentais e à NATO. O que também se sabe é que se dão ao desplante de não dar cavaco a ninguém, não contactar ninguém, não responder a qualquer tentativa de contacto, desligar o equipamento identificador e, ainda não foram, minimamente, beliscados. Assim sendo, como o procedimento tem dado bom resultado, é provável que assim continuem, passeando, fotografando, espiando, provocando, divertindo-se, ou fazendo o que muito bem entenderem. O sr. Putin já percebeu que se anexou a Crimeia e continua a brincar com a Ucrânia e a União Europeia não tuge nem muge, não vai ser a NATO que vai impedir que ele prossiga a sua experiência de testar a capacidade de resposta dos Estados Unidos da América, porque é isso, afinal, que está em causa – testar a força dos E.U. A. e a disponibilidade americana para intervir em defesa dos aliados europeus. Porque, estes, sozinhos, não parecem incomodar o sr. Putin!

O que não se percebe bem é o papel desempenhado por Portugal nesta novela! Por um lado, talvez o sr. Putin tenha decidido gozar connosco! Ele sabe que somos uns “tristes”, o elo mais fraco da Organização, que não temos onde cair mortos, que a nossa Força Aérea tem aviões e pilotos que nem voam tanto quanto deviam por razões orçamentais e que até poderia trazer os migs para fazer acrobacia em cima do palácio de Belém que nada de grave lhes aconteceria! Não porque não tivéssemos operacionais com coragem e capacidade para fazer o que era devido, mas porque não temos decisores ao mesmo nível. E lá acabaríamos por ficar, mais uma vez, envergonhados!

Ou, então, o sr. Putin, resolveu fazer uma boa ação! Sabendo tudo o que sabe a nosso respeito, decidiu prestar um bom serviço aos pilotos das esquadras dos F-16, da Base Aérea n.º 5, em Monte Real! Ao fazer ir os aviões para o ar deu tempo de voo aos pilotos que bem precisam dele.

Partindo do princípio que as missões foram feitas no âmbito da NATO, com esta organização a suportar os principais custos, digamos que os encargos nacionais foram mínimos! A não ser assim, a coisa mudaria de figura, porque mesmo sem saber, ao certo, quanto gasta um F-16 em meia hora de voo, serão certamente, uns bons milhares de euros para uma “missãozinha” destas. E a FAP não terá orçamento que aguente brincadeiras deste género, ainda menos se elas se forem repetindo com regularidade como parece estar a acontecer.

Seja como for, há questões que sempre se poderão colocar:

- O que faria a Rússia a um avião português, ou da NATO, que entrasse no seu espaço aéreo, ou sob sua jurisdição, sem comunicação prévia e sem se identificar? Tenho sérias dúvidas que saísse de lá com a mesma frescura com que os tupolev 95 russos saíram do “nosso”, porque seriam obrigados a aterrar, ou, pior ainda, seriam confrontados com algo mais grave.

Assim, perante a ocidental brandura e nacional hospitalidade com que recebemos os invasores ninguém se surpreenderá que eles continuem a divertir-se à nossa custa.

 

O.C.

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