24.04.12
25 de abril! Sempre!
ouremreal
O 25 de abril é já daqui a pouco!
Este não é o 25 de abril dos que o fizeram!
Este é o 25 de abril dos que nunca o quiseram!
Para celebrar o (meu) 25 de abril deixo três pedaços de poesia:
Da “trova do vento que passa”, de Manuel Alegre
Pergunto ao vento que passa
Notícias do meu país
E o vento cala a desgraça
O vento nada me diz
Mas há sempre uma candeia
Dentro da própria desgraça
Há sempre alguém que semeia
Canções ao vento que passa
Mesmo na noite mais triste
Em tempo de servidão
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não
De “ Não hei-de morrer sem saber qual a cor da liberdade”, de Jorge de Sena
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha
Quase, quase cinquenta anos
Reinaram neste país,
E conta de tantos danos,
De tantos crimes e enganos,
Chegava até à raiz
Saem tanques para a rua,
Sai o povo logo atrás:
Estala enfim, altiva e nua,
Com força que não recua,
A verdade mais veraz
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha
De “Cântico negro”, de José Régio
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: vem por aqui!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
O.C.